12.1.11

Salvador Nublada...

Hoje bateu uma saudade de Caldas da Rainha, que só Deus sabe...
Motivo? Ainda tenho minha mãe morando lá e o céu de Salvador estava fechado, cheio de nuvens, como o inverno da cidade Lusitana...E como sempre estou ouvindo as músicas mais tranqüilas de Caetano
Apesar de amar praia, sol... sou apaixonado pelo frio, por tempo nublado...
Bem... Deixe-me voltar ao trabalho...
abração

20.12.10

Ação Cidadania


Durante os meses novembro e dezembro fiz um curso de incentivo a leitura na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato – BIML – Oferecido pela Ação Cidadania, para lideres comunitários em Salvador, com o professor de literatura Nelson Maca. Nelson é uma figura do outro mundo, alto, negro, com um black power diferenciado, divertidíssimo e com um humor fora do normal.


O curso foi maravilhoso, as aulas, o convivio, o intercambio com pessoas de outros bairros, outras culturas, outras religiões… Vi o Baleiro apaixonado por poesia, que formou os filhos em curso superior, vendendo balas, chocolate, declamando poemas. Vi o palhaço do circo sem lona, que vive para alegra as crianças na rua. Haja emoção, Haja amor.


Na semana pasada, fomos para a Concha Acústica do Teatro Castro Alves, para o show da orquestra NEOJIBA em que os ingressos foram trocados por um livro, um brinquedo, ou um quilo de alimento.


Fomos arrumar em um dos depositos o que foi arrecadado com as doações. Tem muita gente que ainda teve o carinho e o cuidado de embrulhar em papel de presente, os livros e os brinquedo. Até catalago telefonico foi doado, só tive pena de não saber o nome deste infeliz para mandar o catalago para mãe dele.




No domingo, acordei cedo para ir à festa de confraternização, do fim do curso, na BIML. E por pouco eu não iria, pois fiquei 50 minutos esperando o ônibus no final de linha. Falei com minha mulher – que não iria mais, estava retado da vida, ela disse que não, que iriamos sim e na mesma hora, Raimundo Bandeira, o coordenador do Ação Cidadania, aqui em Salvador, ligou perguntando por mim, eu expliquei que estava esperando ônibus e desistir da idéia de voltar para casa.


Quando cheguei no bairro de Nazaré, do lado de fora da biblioteca, estava um grupo de chorinho, Carinhoso, Brasileirinho, Morena Bela, Renúncia eram tocadas enquanto casais de todas as idades dançavam na maior harmonia. A segurança também tem que ser destacada, pois a polícia militar estava presente, como nunca tinha visto, pois os policiais estavam na maior disposição, com sorrisos nos rostos olhando para nós no maior carinho.


Tudo maravilhosamente bem, pude começar a fotografar a festa, as apresentações, os artistas desconhecidos, as crianças... Quando saio para fotografar, tento ser mais discreto possivel, para não perder nenhum sorriso espontâneo que um fotógrafo que gosta de aparecer perder. Então, roupas discretas. Quando parei para ver uma apresentação do Palhaço, uma senhora do Ação Cidadania me fez uma convite inusitado. “João, Você quer ser Papai Noel?”. Eu disse: não, sou magro, novo e muito tímido. O que realmente é verdade.

A senhora, educadamente, não insistiu. Mas o meu amigo que me acompanha sempre, Gil Vicente, sentou-se ao meu lado e perguntou-me: “vais perder a oportunidade de receber o presente de Maria, a mãe do aniversariante?”. Aí meu algoz, Raimundo Bandeira, chega mais uma vez e pergunta para mim, sem tirar uma vírgula: “João, Você quer ser Papai Noel?”. Com a pressão não deu outra, virei o bom velhinho.


Aí veio o primeiro problema, lembra do fotógrafo discreto? Foi por água abaixo! Esquece! Não existe coisa mais chamativa do que um Papai Noel querendo fazer fotos num Sarau Infantil. Segundo problema: O que é mesmo que o Papai Noel faz? Oh meu Deus, onde fui parar? Lembrei de um vizinho que pertubei até hoje, por ter se vestido de papei Noel, Rudval, e disse “Meu castigo veio a galope”. Pensa que acabou? Meus problemas estavam apenas começando. Chegou uma criança e me pediu um presente. Cadê meu saco? Cadê o saco de Papai Noel, sr. Raimundo??? Ouvir o pega o saco, pega o saco. Aleluia, lá vem o meu saco. Mas mesma hora eu perguntei pelo goleiro do Mazembe, “Quidiaba eu quero um saco vazio?”. Mas sr. Raimundo Bandeira me salvou, encheu o saco do Bom Velhinho de brinquedos e fui ver o Sarau Bem Legal, das crianças do professor Nelson Maca. Programei a câmara no modo automático e dei para uma amiga fotografar.


Enquanto, estava sentando quando as criancinhas começaram a olhar para mim, de um jeito doce, carinhoso, meigo, cheio de amor, aí não aguentei, as lágrimas rolaram diversas vezes. Passei anos esperando o bom velhinho e de repente, eu era Papai Noel.




A cada presente dado, era um sorriso, um abraço, um beijo que eu ganhava de forma tão espontânea. E pedir desculpas ao aniversariante por ter me aborrecido no ponto de ônibus e agradeci a Maria, mãe do Menino Jesus, pelo melhor presente que tive na vida. Estavam presente no Sarau Bem Legal, muitos bons espíritos e mesmo não tendo visto, sabia que nossa querida Dulce estava presente.


Feliz Natal

E um 2011 cheio de alegrias.

13.5.10

Dando de turista



Passeando em Óbidos...
Adoro essa vila, o castelo é datado de 1148, porém, uma igreja descoberta no final do século XVIII, tinha vestígios dos anos 900...

Apesar da claridade, a fotografia foi tirada por volta das 21hs...

Portugal tem muita coisa de veados...



Ontem comi esse doce aí, chama-se "Pata de Veado"... E hoje quando cheguei em Óbidos, me deparo com dois...

E eu que achava que só tinha veados no Brasil...

11.5.10

Renault 4L





Meu sonho era poder levar um 4L para Salvador... Já pensou no sucesso que eu faria andando com essa carrinho lá na Bahia?
Mas infelizmente não posso levar carros usados para o Brasil. Que Pena!!!

10.5.10

Papoa!!!

"Na terra, onde o mar não bate
Não bate o meu coração.
O mar onde o céu flutua
Onde morre o sol e a lua
E acaba ao caminho do chão"
Gilberto Gil & Caetano Veloso





Teve um época em minha vida que Deus me deu o privilégio de acordar com essa paisagem. Presente maravilhoso.
O local se chama PAPOA. Fica em Peniche. A água é mais que gelada e o mar, merece todo respeito, pois próximo à este lugar, tem vários navios naufragados...
0Por hoje é só...
Boa noite e fiquem com Deus.


VENDE-SE...



Sei que a galera sabe que eu brinco o tempo todo, mas isso não é piada não...
Esse carro é um Citroën AX, de 1996, 4 portas, vidros eletricos, 190 mil km, direção hidráulica... Sabe quanto custa??? O máximo, eu disse máximo, 500 euros, menos de R$ 1250,00. É mole ou quer mais? Por isso que o povo daqui não vendem carros, rodam com eles até se acabar...
Adoro o AX, pena que a legislação brasileira não permite importação de veículo usados.
E por falar em carros, a educação dos portugueses no trânsito é surpreendente. Respeita a faixa do pedestre, o pedestre, os sinais, a prioridade... A gente tem que aprender um pouquinho com isso não é mesmo???

Amigos

Eu com Felipe


Carlos Alberto... Um dos primeiros dentistas brasileiro a chegar em Portugal.


Eu com Poli mais uma vez

Ademir com o filhinho, Felipe.

O almoço!!!




Hoje não comi bacalhau não.

O prato foi tipicamente alentejano. Feijão com carne. Na minha terra isso é arrumadinho. Aqui tem outro nome, mas pra mim é a mesma coisa. O que muda é a falta de carne do sol que aqui não tem.

Enfim, fotos!!!


Hoje tirei fotos... Comecei com meus vizinhos...
Quem adivinhar o nome deles eu dou 10 Euros. Um se chama: "JOAQUIM" e o outro "JOAQUIM"... Por isso que coloquei em singular "o nome deles".
Os dois foram pescar e eu fui passear pois quando quero peixe eu vou no mercado...
tem mais fotos por aí.

jp

9.5.10

Casa de ferreiro, Espeto de pau

Pois é... o paixonado por fotografia foi ver os amigos, os lugares e cadê a máquina fotográfica?

Oh raiva com tantos lugares que passei, não tirei uma foto... Mas isso acabou, comprei uma câmara nova e amanhã (10/05) vou fazer a festa aqui...

Quanto ao passeio... Fui à Torres Vedras, Atoguia da Baleia, Peniche, Bombarral e Óbidos... Almocei com o Antonio Jorge e a familia (filho do meu padrastro). Engraçado que deixei os filhos dele pequenos e encontro uma mocinha de 12 anos e um rapaz de 15...

Depois fui visitar minha afilhada Lorena, minha tia Vivalda. E conheci o namorado de Lore, Flavio... Depois fui ver Carlos Alberto e Ademir. Na casa de Ademir, conheci o filhinho dele de um ano e meio, Felipe e a nova esposa, (nem me pergunte o nome dela que eu esqueci de perguntar)...

O passei terminou em compras. Já comprei meio mundo de coisas aqui, que são 3,4,5 vezes mais barato que no Brasil. E é claro, a lembrancinha da minha gerente né? Pois não quero voltar ao SIMM como desempregado... kakakakakaka!

Amanhã tem mais... e com fotos

abração para todos...

8.5.10

Eu e Poli




Esse é Poli, um dos meu cachorros... O outro, Max, faleceu com 15 anos, em 2008...

Acho interessante a mémoria dos animais... Poli ainda me reconheceu depois de quase 9 anos. Estamos nos divertindo muito, brincando e pertubando... Ele só me esquece na hora dele comer... Aí não tem amizade certa...

bem... continuareis postando por aqui até retornar ao Brasil...
beijos

6.5.10

Cheguei

Oi Galera,

Tem dois dias que cheguei aqui em Portugal...
A viagem foi maravilhosa e estou matando a saudade dos amigos, familiares e é claro, da culinária... Tudo regado a vinho, azeite de oliva e ao meu sumol de ananás...

O frio ainda está terrível... Mas não me segura em casa não...

Hoje à noite devo colocar vídeos e fotos por aqui...

beijos para todos..
jp

22.3.10

A Ditadura dá um sorriso irônico com a vitória da ignorancia

Hoje acordei de uma maneira diferente....

Normalmente toda segunda-feira, estou cedinho no SIMM do Comercio. Mas como estou a quase 3 meses sem receber um centavo, então resolvi tirar o dia de folga.

Resolvi agilizar alguns problemas da Associação e para ouvir músicas entrei no YouTube... Que felicidade ver Roberto Carlos, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Gal Costa, todo mundo novinho, cantando fazendo sucesso...

Mas, “De repente, não mais que de repente, dos risos se fez o pranto”. Resolvi ver as músicas de Chico Buarque, Vinicius, Toquinho, Caetano... o Clipe de “roda viva” me fez perguntar a mim mesmo se a ditadura militar realmente foi derrotada ou camuflada?

A Ditadura censurava músicas que não eram consideradas de bons costumes. “Roda Viva”, “Calice”, “Apesar de Você”, “Canção da Despedida” foram censuradas como diria o ingênuo Luiz Gonzaga: ”o meu amigo Armando Falcão” as “músicas estariam incentivando uma revolta aos costumes da época”.

Já a “Severina xique-xique” quase que entra na lista por Genival Lacerda afirmar que “ele está de olho na boutique dela”. A boutique da moça foi confundida com outra coisa que ela tem, e que também começa com ”b”.

Até os gestos eram censurados. ... o cantor Erasmo Carlos, no Programa Silvio Santos, pela TV Globo, após interpretar o seu número, agradeceu os aplausos com o gesto típico dos comunistas, isto é: ergueu o braço e cerrou o punho...”

Pergunto-me, por que será que Jau Peri está fazendo sucesso com o novo tropicalismo? Acho maravilhoso ouvir as crianças cantando “tem dias que eu fico pensando na vida”... Mas quando eu pergunto se elas sabem quem estar cantando ou se sabem quem foi Vinicius de Moraes elas respondem “sei lá, sei lá...”

A censura faz-nos “ouvir o silencio sorridente” de músicas, letras, shows - faço minhas as palavras de Mayra - “que prefiro nem comentar”. Aí me sinto como um escravo liberto, onde teoricamente posso ir e vim sem problemas, mas não é isso que acontece.

Temos liberdade para irmos a festas, temos liberdade para beber, para fumar, para comentar, mas nada disso é aproveitado com inteligência. A gente bebe, até ter ataque de hipoglicemia. Cigarro??? Hum, aqui no Uruguai a garotada fuma é outra coisa (não é apologia não, é a minha realidade, tenho 31 anos, não bebo e nunca fumei nada)...

Ah... Hoje podemos comentar! Legal, vamos falar de miséria. Pois se não fossem os programas de Uziel Bueno (Na Mira), Raimundo Varela (Balanço Geral) ou do nosso querido José Luiz Datena (Brasil Urgente), o que é que eu iria ter para comentar meu Deus???

Não esqueci, das festas não, só não tenho mais graças em falar dos preços altos dos ingressos, das drogas que rolam, da prostituição... (sou autoridade para falar, durante 4 anos fiz coberturas fotográficas).

Bem! Nas minhas pesquisas, encontrei o http://www.censuramusical.com. Site maravilhoso. Visitem-no.

Pena que esse protesto é uma gota no Oceano Pacífico... E a Ditadura? Continua por aí, mas se aproveitou da nossa ignorância e tornou-se capitalista.

jp

17.2.10

Esse cara é meu amigo


Não sei explicar o tamanho do Amor que sinto por João Fernandes.

Não sei porque perco noites de sonos pesquisando sobre células-tronco.

Desde do primeiro dia que conheci, sentir que Jonne era alguém próximo (isso foi em 2006). Não conheci o Cacik Jonne, que em cima do Trio fazia solos inesquecíveis, não conheci o músico mão aberta vestido de índio, que era admirado por muitos, inclusive em programas de TV, como Xuxa, Hebe, Faustão, Clube do Bolinha, Chacrinha, Domingo Legal entre muitos outros.

Eu conheci um cara, que tem Ataxia Cerebelar, que tem dificuldades em se locomover. Mas que tem um enorme coração, que não perdeu o bom humor e o melhor de tudo, nunca perdeu a fé em Deus.

Incondicionalmente serei sempre seu amigo,
Te adoro meu querido...
abração
jp

27.12.09

De volta!!!!

Não existe coisa melhor do que escrever e estou de volta com mais um Blog. o http://associacao31dezembro.blogspot.com/ . É da Associação de Moradores que tomo conta com minha turma.

Vou continuar (ou melhor, voltar a escrever) os 4 blogs. O primo me dar toda liberdade. O diário é por ser meu lado espiritual. O da Associação não posso falar em Primeira pessoa, diferente do Cidade Baixa...

Vamos nos encontrar em breve...
beijão

21.11.07

Novidades...

Estou me organizando para voltar a postar aqui no "Primo"... A novidade mesmo é o Diário de um Espírita...
abração
jp

30.3.07

Brasil: Casa da Mãe Joana

Domingo de manhã estava conversando com Joselito Crispim (coordenador geral do Bagunçaço) sobre a colonização portuguesa. O Brasil por ser uma terra rica, foi sempre a caderneta de poupança do reino Lusitano. Qualquer problema financeiro que Portugal tivesse, mandava uma esquadra para o Brasil para pegar ouro e tudo o que fosse necessário. Mas para que os navios não fizessem a viagem de vinda de graça, o reino português aproveitava e mandava os criminosos para cá.

Aí aqui virou um verdadeiro “bacanal”, onde tudo era possível, (desde que os navios voltassem com o ouro para o rei pagar as dívidas). “todo mundo comendo, todo mundo, Índio comendo branco, branco comendo negro, negro comendo índio, índio comendo negro, branco comendo índio...”

Essa herança, nós trazemos até hoje. Ninguém vai para os Estado Unidos para fazer turismo sexual com as jovens afro-americanas. Ninguém vai para Suécia pegar as meninas pobres dos bairros periféricos de Estocolmo.

Junto a isso, vem a burrice do povo em não saber escolher seus representantes e colocam pessoas extremamente despreparadas para assumir cargos elegíveis. Como o caso do vereador Agnaldo Timóteo, que teve o orgulho em falar besteira em rede nacional: “não vejo nada demais no turista gostar de uma garota de 16 anos e ir para o motel com ela”.

Será que esse senhor não sabe distinguir liberdade sexual de turismo sexual? Uma garota de 16 anos pode fazer amor com quem ela quiser, mas temos o dever de proteger qualquer criança ou adolescente de turismo sexual. Onde uns idiotas vêem para o Brasil apenas para ter sexo em trocas de alguns centavos para eles.

Será que esse senhor sabe que em paises Europeus, ter relação sexual com menores é considerado pedofilia e nestes paises pedofilia é crime e não uma doença como é considerada na Brasil? Vai Timóteo jogar um papel de bala no chão na Suíça pra ver o que acontece!

Mas aqui se pode tudo que ninguém faz nada. ERRADO! Será que ele não sabe que iludir ou agir de má fé fere o Código Civil e o Penal Brasileiro?

Mas vamos da-lhe um desconto, ele é cantor. Não sei nem o que ele canta, mas deve ser um cantor romântico-utópico, em que ele acredita que um cara vem da Europa, conhece uma menina pobre das favelas brasileiras, se encanta e casa com ela e viverão felizes para o resto da vida. Fala sério! Aqui não é novela mexicana não! É realidade, outra realidade, a triste realidade da mulher brasileira ser considerada objeto sexual.

19.2.07

Carnaval III (Retalho de Cetim)


"Ensaiei meu samba o ano inteiro,
Comprei surdo e tamborim.
Gastei tudo em fantasia,
Era tudo o que eu queria.
E ela jurou desfilar pra mim,
A Mangueira estava tão bonita.
Era tudo o que eu queria ver,
Em retalhos de cetim.
Eu dormi o ano inteiro,
E ela jurou desfilar pra mim.
Mas chegou o carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a ESCOLA,
que eu tanto amei".
Mas uma triste notícia carnavalesca, Beth Carvalho foi proibida de subi em um dos carros da verde-rosa e foi expulsa da Sapucaí... é mole ou quer mais?
jp

Carnaval II (Luto)


Tem coisas que nos toca e algumas delas, sem explicação,´(se é que nesse caso precisa de explicação).

Na noite de sábado de carnaval, Cintia, vocalista da banda Doce Desejo, caiu do trio eletríco e faleceu aos 28 anos.

Imaginei a cena, pensei na família, vi que ela tinha a mesma idade que eu e provavelmente, muitos sonhos, desejos, alegrias, amigos....

Não conheci a banda, nem as músicas, nem mesmo sabia o nome dela... Mas fiquei sentido com o acidente...

jp

13.2.07

Muito Obrigado Felix!!!!

No texto da capa do cd de Caetano Veloso “Omaggio a Federico e Giulieta”, o cantor baiano fala que tanto ele quanto a irmã de Federico, Maddalena Fellini “deplorava que o casal tivesse morrido sem que um encontro pessoal ... tivesse sido concedido pelo acaso, o destino, deus, os deuses”.

“Feliximente” os deuses do Candomblé fizeram com que Anízio Carvalho, me convidasse para o seu aniversário e me apresentasse á Anísio Felix.

Meu primeiro encontro com essa maravilhosa figura, Felix, que nos deixou fisicamente no dia 27 de janeiro, foi repleto de brincadeiras.

Estava entre dois consagrados jornalistas do Jornal da Bahia, Anísio Felix e o Anízio Carvalho. Não sei nem se na época eu tinha noção de com quem eu estava, pois ambos são de uma extrema humildade para o currículo que possuem.

Lembro-me que quando cheguei à casa de Carvalho, ele me apresentou a Felix dizendo:

– Anísio, esse é um jovem estudante de jornalismo.
Felix me olhou com ar irônico e disse:
– Meus pêsames meu querido.
Não deu outra, cair na risada. E perguntei se ele não gostava de jornalismo, ele me respondeu com o mesmo ar irônico, que depois de 50 anos de profissão passou a gostar. Eu perguntei então se ele queria ter outra profissão, ele disse que não, que tinha nascido para ser jornalista.

Conversamos durante horas, onde tive o privilégio de ouvir muitas histórias do Jornal da Bahia. Inclusive o dia em que Carvalho e Felix foram cobrir a chegada de um disco-voador em um terreiro de uma seita aqui na Bahia. Como a espaço-nave não apareceu, os membros da seita disseram que a culpa foi da imprensa que estava no local, pois os “marcianos” tinham dito que não queriam a presença de jornalistas no local. Segundo Felix, Carvalho conseguiu fugir, mas ele acabou apanhando dos seguidores.

Outra história que ele contou, foi um de um gaiato que entrou no bloco dos filhos de Gandhy acompanhado de amigos e das suas respectivas mulheres. Um dos diretores pediu para que Felix explicasse ao cara que o bloco tradicionalmente, só sai homens e que se abrisse mão para um, abriria para todos. O cara disse que não sairia que ele era jornalista da rede Globo e que estava a serviço. Felix se aproximou, mandou-o enfiar o crachá naquele “orifício” e perguntou se ele queria uma manchete com o titulo “jornalista da Globo tenta quebrar tradição do maior Afoxé do Brasil”. “Natoramente”, eles saíram do bloco.

Felix também falou de coisas sérias que acontecem no jornalismo no Brasil, como a política editorial, que dita o que temos que escrever; as perseguições e ameaças aos jornalistas e a mania que os jornais e revista possuem de pedir textos por medidas. “Quero um texto com 10.000 toques, 5.630 toques”. O texto, segundo ele, tem que ter todas as idéias e pensamentos do jornalista,livre de medidas, pois "o que é medido são metros, fios, tubos, arroz, farinha, pão"...

Antes de ir embora, Felix me aconselhou a estudar sempre, (pois aos 69 anos ele se formou em direito), procurando ser o melhor, o melhor para mim e não para os outros. Saber de tudo o que acontece não só na minha terra, mas em todo mundo. Não esquecendo que o jornalista tem o dever defender a verdade.

Sinto em não ter encontrado para entrevista-lo no meu projeto experimental; Sinto em não tê-lo encontrado mais uma vez, nem que fosse por obra do acaso, sinto em não ter ido visitá-lo em sua casa no Rio, quando ele me convidou. Sinto por termos perdido um jornalista independente. Mas fico feliz, pois Felix existiu.

Fica com Deus meu Querido e até logo.

jp

24.12.06

Porque só desejo “Feliz Natal” para criança


Natal é uma época mágica para as crianças, montar a árvore, se encantar com o pisca-pisca, comer doces, panetones, ganhar presentes, esperar Papai Noel chegar. Que época maravilhosa.

Só que infelizmente a gente cresce, envelhece e isso faz com que nossos horizontes se abram e procuramos resposta para diversas coisas. E uma delas é: “o que é o Natal?”. “O Natal é o nascimento de Jesus Cristo”.

Então, 25 de dezembro é o aniversário de Cristo! Que maravilha! Mas eu não tenho motivos para estar feliz com isso. Mas quem é que se lembra que Maria teve que fugir para não matarem seu filho? Que Cristo nasceu em um celeiro, seu berço foi “manjedoura” e teve uma vida pobre? Que o carpinteiro mais conhecido no mundo, morreu crucificado?

Todo mundo se lembra de comprar presentes, de fazer amigo-secreto, de comprar roupa nova, de dar um jeitinho no visual, de consertar a casa... mas do aniversariante que é bom, nada! Faço minhas as palavras de Tadeu Miranda,: “é a época dos que têm, se exibirem para os que não têm (...) época de maior índice de suicídio causado pela solidão”.

Mas para mim, o pior de tudo é ver tudo quanto é gente que não vai com a nossa cara desejando “feliz natal, que o próximo seja tudo de bom pra você”. Aí, me dar uma vontade de imitar sr. Climério e mandar todo mundo para PQP.

Eh! Mas nem tudo é tão ruim assim. Pelo menos uma vez no ano, as pessoas tentam deixar as desavenças para trás e ficar em paz, com todos. E já que é Natal, também quero meu presente! Faça uma oração para mim e para o aniversariante. Ficaremos eternamente gratos.

Beijos, fiquem com Deus e Boas Festas!
jp & EA

Troquei o GCB pelo STS


Infelizmente não (ainda) pude fazer o documentário que tanto queria no Bagunçaço,(O GCB tem uma equipe muito boa de filmagem, não é a toa que o “29 polegadas” está fazendo um grande sucesso, prova disso são os prêmios que recebeu). Tive que terminar o meu memorial e uma amiga (Izabel) pediu para que eu ajudasse a fazer um pequeno vídeo no STS – Serviço de Transfusão de Sangue.

O vídeo no STS foi um pouco estressante, hematologia não é a minha área e o tempo foi curtíssimo. Para melhorar a situação, não tínhamos cinegrafista nem local para editar o material. Ao meu favor tinha apenas a boa vontade de muitos amigos como Gustavo, Nelson, Didi e Edílson.

Felizmente saiu tudo bem, dei muita risada e ganhei mais uma amiga, Cárita, da turma de Izabel e elas passaram na disciplina.

10.11.06

Eu tiro onda pra onda não me tirar...


De vez em qaundo eu gosto de tirar onda...
Também sou filho de Deus e tenho direito a ir para praia...
abração

28.9.06

Bom Filme

Tinha que escrever sobre uma das minhas paixões né? Por isso o Primo Basílio possui um irmão, o JPBOMFILME...
Ele é uma continuação da minha antiga coluna de cinema...
Beijão..
jp

24.9.06

O analfabeto político

Ontem fui retribuir um scrap que minha amiga Cristiane escreveu no Orkut e me deparei com o texto de Bertold Brecht, que ela colocou em seu perfil: "O Analfabeto político".

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, os preços do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.”

“O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.”


Eu não diria burro, diria cavalo mesmo, pois o burro é humilde e não estufa o peito. Já o cavalo é “posudo” e é tão besta que faz o que os outros mandam. Mande um burro fazer algo que ele ache perigoso para você ver o que acontece.

Depois Cris confessa: “Eu já fui uma analfabeta política e por conta, principalmente, das aulas de cidadania que tive, não sou mais”. Não deu para perguntar, mas eu queria saber onde é que tem essa escola de cidadania, pois devem ser raras. Mas eu gostaria que todos dissessem: "Eu não voto nulo ou branco. Discuto e analiso os prós e contras dos meus candidatos antes de decidir”.

Porém, o que mais acontece é vermos outros imbecis que se acham “expert” em política e falam mal de todos os políticos. Pois não prestam atenção nas coisas boas que alguns fazem e preferem pegar frases feitas de políticos sem caráter em programas eleitoral e criticar sem nenhuma base.

Mas o mais imbecil, é aquele que tendo capacidade de analisar, tem o orgulho de ficar em cima do muro. E infelizmente esses são muitos, pois falta coragem para dar a cara a tapa ou então estão esperando o resultado da eleição para apoiar aquele que melhorará a sua vida, dando-lhe emprego, privilégios e esquecendo que não adiantar ter um relógio de ouro se a rua está repleta de ladrões.

Cris termina confessando que “trouxe para dentro da minha casa vários debates, inclusive sobre política e tenho certeza que mudei algo com isso”.

Pode ter a certeza que você mudou, “isso eu garantio”

"Pensem e votem".
Cris e JP

23.9.06

Tá Na Tela


"Tá Na Tela" era o nome da coluna que eu assinava quando era colunista de cinema da revista eletrônica espiando.com.br. Infelizmente a revista deixou de existir, mas meu amor pelo cinema continua firme e forte...

Na semana passada, assisti o filme “K-19: The Widowmaker” e adorei. Ele conta a história da tripulação do submarino nuclear russo K-19, em 1961.

O rigoroso capitão Alexi Vostrikov (personagem de Harrison Ford), foi nomeado para comandar o submarino K-19, na sua viagem inaugural. Porém a equipe de marinheiros russos pertencia ao comando do “carismático” capitão Mikhail Polenin (Liam Neeson, de A Lista de Schindler). Polenin passou a ser subordinado ao capitão Vostrikov. O esquema de comando era o mais rígido, mas os militares aceitavam, pois estavam defendendo os interesses do seu país.

Tudo ia bem, até que o sistema de refrigeração do reator nuclear do K-19 ter deixado de funcionar, por inexperiência do responsável desse setor. E para piorar a situação o sistema de comunicação de radio foi danificado.

Vostrikov tinha que salvar a tripulação e evitar um desastre nuclear que poderia causar a 3ª guerra mundial.

O que mais me chamou atenção neste episódio, pois o fato realmente aconteceu, foi ver que no desespero de salvar suas vidas, um grupo de marinheiros se revoltou contra Vostrikov, prenderam-no e um representante da presidência russa que estava abordo do navio destitui-o do cargo de comandante do K-19, entregando o comando para seu antigo líder, o capitão Polenin, para que ele entregasse o K-19 para um Destroyer amaricano e eles salvassem tanto a vida da população quando a o mundo de uma terceira grande guerra.

Quando o capitão Polenin, chega na sala de comando e ver Vostrikov algemado e o representante da presidência dizendo que ele era o novo comandante do K-19 e que ele poderia entregar o submarino aos americanos, a primeira coisa que ele fez foi pedir armas dos militares, a segunda foi dar ordem de prisão para todos e a terceira ação, foi mandar libertar Vostrikov e devolver o comando.

FIDELIDADE! Você sabe o que é isso? Sabe o que é você está em um lugar e ser fiel a uma pessoa, a um amigo? Mesmo colocando a sua vida em risco? Ser fiel não é se sujeitar a tudo, pois temos a liberdade de abandonar o barco. Mas as pessoas ainda têm o prazer de perder um bem precioso, a CONFIANÇA de alguém e isso eu garanto, precisaremos de muito tempo para voltar a recuperar.

Não há nada no mundo mais importante do que termos a confiança de alguém, pois esse mesmo mundo dá muitas voltas e sem os verdadeiros amigos, não vamos longe.


jp

11.9.06

10 de Setembro





Hoje é o meu dia, dia da imprensa, que “acaso” interessante não é?
Bem, pela internet, a primeira a me “parabenizar” foi Cristiane, ás 00:02, seguida de Paulinha. Por telefone foi Iza, dois minutos depois de Cris. O primeiro abraço foi dado pelo meu pai, as 00:38, quando Tadeu estava deixando um scrap.

Recebi diferentes tipos de parabéns. Desde o mais tímido, como o de Evania no orkut; o mais doce, de Milla; o mais divertido com Irênio em casa; ao mais carinhoso, vindo de Iza; o mais longo 1:05h pelo telefone de Mercês; o que me fez lembrar da minha infância, de Ana Cláudia, o que fez a lágrima rolar de Aura Valésia; Até parabéns por “acaso” eu recebi hoje, Lene sabia que era dia da imprensa, mas não sabia que era meu aniversário.

Obrigado Cristiane pela paciência e compreensão por mais de 10 anos, obrigado Tadeu por me contagiar com a sua falta de gen do mau humor, muito obrigado mesmo Ed Bala, Mabel e Dona Vera por terem me “adotado”, obrigado Letícia por ser a webdesigner mais paciente que conheço, obrigado Marcito por está sempre disposto a ajudar e conversar, Obrigado Nea, Déborah, Bruno, Rita, Djan, primos e primas distantes mas que eu adoro muito, obrigado Loide, Alex, Luzia, Jussara,Ana Luisa, Gaby e Marli por terem muita paciência comigo...

Tenho que agradecer ao sr. Orkut Buyukkokten, pois se não fosse ele, eu não receberia os parabéns de Renata, Fernando, Walter, Milla, Isabela, Simone, Evania, Laís, Amanda, Keury, Pitty, Henrique, Rosangela, Eliana, Magaly, (amigos virtuais que dispensaram um minuto dos seus tempos para escrever algo, para uma pessoa que nunca viram na vida). Também é graças a Buyukkokten, que recebo a admiração e muito carinho de Aura Valésia e Laurinha, além de Iza.

Também não esqueço a colegas jornalistas formados ou em formação que me aturam, entre eles meus colegas Mayra, Alice, Bito, Eliezer, Fabiana, Teresa, Nadja, Iana, Suâmi, Carol Loyola, Karol, Viviane, Tiago e Lindinete. Além de Maria Eugenia e Thiago Bernardes que espero que não tenham esquecidos que temos uma matéria pra fazer com Walter. E meus eternos mestres Leandro e Rosana.

A todos, incluindo os que não tiveram os nomes citados e que sei que vão me dar parabéns atrasado, como Aquino, meu muito obrigado.

Jp

P.S (Tem uma turma que não gosta de tirar fotos, por isso não estão no álbum).

4.9.06

"O que eu vi" em Salvador


Era 10 de gosto de 2001, vi Caetano anunciando na Concha Acústica do TCA a morte de Jorge Amado. Era o show do “Noite do Norte” e “leãozinho” entrou no repertório. Mas para meu desespero, o que se ouvia nas ruas era: “toque, toque DJ, toque que isso aí não ta com nada”. Eu dizia: “p... que pariu, com tantos cantores de qualidade nessa terra sou obrigado a ouvir isso”.

O tempo estava frio, do jeito que eu gosto, cheguei na casa dos meus avôs e deixei as malas e fui dar uma volta pela Cidade Baixa. Minha primeira parada foi na casa do meu pai, mas não tinha ninguém.

A chegada foi de surpresa, mas assim que o scénic branco do meu avô foi visto rondando o Jardim Cruzeiro, Uruguai, Massaranduba e Ribeira muitos amigos tiveram a certeza de que eu “estava na área”.

Meu primeiro aniversário aqui em Salvador foi com Paty e Gustavo no Pós-tudo, no Rio Vermelho. Nada de especial, só não queria ficar em casa recebendo telefonemas.

No dia seguinte, ao sair do Status (curso pré-vestibular), vi um prédio tocando fogo e um avião batendo na torre do lado. Fiquei sem entender, não sabia se era ficção, se era filme. Mas não, era o ataque terrorista que marcou a história dos atentados.

Algum tempo depois, o tio da minha avó, (que tinha puxada o facão para mim em 2000), sr. Elias, com 102 anos, desencarnava com falência múltiplas dos órgãos. Não deu trabalho, pelo contrario trabalhou até o final da vida, chegou em casa, passou mal, depois ficou uma semana no hospital e foi embora. Isso fez com que a minha amizade com a prima da minha mãe, filha dele, Evanete aumentasse e muito. A mãe do meu irmão também faleceu, estava com doença de Chagas e não tinha condições de ter um tratamento adequado.

Naquela época, só tinha duas coisas na cabeça, entrar em uma faculdade e ver a mulher que eu amava e que morava em Brasília.

Os curso ainda me dividiam, não sabia o que fazer, até que Paty me aconselhou a fazer jornalismo e estou aqui. Depois que tive o resultado positivo de que tinha passado no terrível vestibular, me preparei para conhecer a capital do país.

Meu namoro com a tal moça não foi muita a frente, pois por mais que gostássemos um do outro, a distancia não ajudaria muito. E desde então não tive mais notícias dela (através dela, mas sei que está bem rsrsrs).

Em 2002, minhas aulas começam, e até então ninguém me deu os parabéns por ter passado em jornalismo, somente minha tia Marlene. Demorei um pouco para pegar o ritmo, pois me sentia meio perdido. E quando chegava em casa, me batia o desespero de ver todo mundo cantando: “então diga que valeu, o nosso amor valeu demais...”. Isso era um castigo, ou melhor, uma tortura para meus ouvidos que estavam acostumados a ouvir somente mpb e pop-rock.

De importante nesse ano, foi ter começado o namoro com minha amiga de infância, Isis. Como amiga era excelente, devo muito á ela, mas como namorada... “Vá ser ciumenta assim no inferno”. Mas eu precisava de uma amiga para me dizer de uma forma carinhosa, se estava certo ou errado, algumas das minhas decisões.

A saúde de Chico Xavier estava cada vez pior, mas ele dizia que só iria embora quando o povo brasileiro estivesse feliz. Cheguei achar que ele não fosse morrer nunca. Mas esse dia chegou, foi a primeira vez que vi a seleção brasileira ganhar uma copa eu estando aqui. Que alegria! Ronaldinho Gaúcho tocando percussão em cima do trio puxado por Ivete. E Chico morreu? Que Chico? Xavier? A humildade dele foi tanta, que ele não quis nem que sua morte chamasse atenção.

E não foi só dessa vez que o Brasil foi alvo de atenção. Quando o nordestino, sem escolaridade (mas com muito estudo), pobre, deficiente físico e o pior de tudo, com Silva no nome foi eleito presidente da república do Brasil, sentir orgulho em ser brasileiro.

2003 começa do mesmo jeito, sem muita preocupação, sem muitas novidades.

A novidade é uma dança que parece que saiu de um quarto de motel, mas dizem que é de Candeias. O “arrocha” é um ritmo sensual, ouvido principalmente nas periferias. Não canta a Bahia como Axé-music, nem como a Bossa Nova. Mas esse fruto de uma exclusão social, virou sucesso. Tanto sucesso que até Ivete “arrochou” no carnaval.

Conheci Mayra Ilnah, uma figura que parece criada para satirizar os problemas e vaidade dos outros aqui na Bahia. Ela é uma mistura de Charles Brown de Snoop, com Mafalda.

No meu primeiro dia de aula com Mayra, tivemos um debate interessante. Era três grupos, um perguntava, outro respondia e o terceiro julgava a resposta de acordo com o código de ética dos jornalistas. Ela me perguntou se eu fosse repórter e descobrisse que meu irmão era chefe do tráfico e sustentasse toda a minha família eu entregaria ao jornal ou não. O código de ética dos jornalistas diz que é para dedurar, mas não conheço nenhum “caguete” vivo. Fabio Caraciolo que estava responsável pelo meu "julgamento" ficou sem palavras e disse: "não tenho nada a dizer".

Com menos de duas semanas de aula, vem o carnaval. E na quarta-feira de cinzas fiquei sem chão ao saber que minha amiga de seresta, Edna, tinha falecido. Edna tinha 44 anos, era como se fosse uma tia. Todo mundo gostava quando estávamos juntos porque era um show diálogos conotativos – putaria, pronto! Mas sem baixar o nível.

Meu mau humor começava a se despertar, pois estava começando a descobrir que estava numa cidadezinha do interior disfarçada de metrópole. A estrutura física até engana, mas a mentalidade da maioria das pessoas é extremamente tacanha.

Minha música predileta passou a ser nada menos que “a luz de Tieta” de Caetano, “todo dia, mesmo dia, vida tão tacanha, nada novo sobre o sol... todo mundo quer saber com quem você se deita, nada pode prosperar”.

Começou a surgir um dos meus primeiro problemas em casa, meu pai não me dizia nada, mas na rua as pessoas diziam para ele que eu era gay. Para um cara que passou 32 anos no corpo de fuzileiro naval, isso era um motivo de preocupação e de vergonha.

Mas eu tinha que descobrir de onde saiu esse boato. Até que descobrir que era um amigo dele que parece uma “nigrinha”, pois para mim, dizia que meu pai era maluco porque namorava muito e eu era “viado” porque só tinha uma namorada.

Aí vi que ele ficava muito num barzinho onde meu pai ficava tomando uma. Um belo dia eu cheguei doido para querer brigar com um e quem me aparece acompanhado de esposa? Hum!

Nesse dia eu estava com o jeito mais delicado do mundo, bem afeminado, esperando uma gracinha da tal “nigrinha”. Quando ele disse: “tem pai que é cego, aqui no bairro está cheio de viado enrustido”. Eu dei risada e respondi, “é melhor ter uma mulher satisfeita do que 10 que não sabe o que é ter orgasmo”. Ele me perguntou, “é comigo que você está falando” e eu respondi: “não! É com a sua mulher, que tem cara de quem até hoje não sabe o que é gozar e o viado aqui está doido pra dá prazer para ela”. Ele ainda achou que eu queria a mulher derrubada dele.

Foi a primeira confusão que me meti, mas eu tenho um 1,90m de altura e tinha 98kgs, era um autentico guarda-roupa, tinha que pensar duas vezes antes de querer me bater.

Conheci Diosmar, Marcio e Joselito, todos do Grupo Cultural Bagunçaço. Sentia-me na obrigação de dá uma pequena atenção ao grupo, pois, eles ajudam crianças carentes e tiram da marginalidade. Era minha ocupação fora da faculdade. Foi Joselito que me apresentou ao embaixador americano, John Danilovith e a Margareth Menezes.

Marlene regressava de Portugal com Vivalda, por motivo de saúde. Conheci meu primo Bruno Peruna e a indesejável voltava a nos visitar, mas dessa vez foi na família do meu pai. Meu tio mais novo, Carlos, nos deixava 40 dias antes do seu irmão mais velho, Epifânio.

Pra ser sincero, não ia muito com a cara deles não, mas ver meu pai inconsolado com as perdas me deixou sem saber o que fazer.

Foi a primeira vez que parei e vi que eu estava envelhecendo e a minha geração começava a ser renovada. Estava deixando de ser sobrinho, para ser tio, pois ainda sentíamos a falta dos que foram, quando no último dia de 2003, Paty anunciava que estava grávida de Laura.

Em 2004 conheci muita gente, a pessoa que mais me marcou foi Anízio Carvalho. Anízio, que foi peça fundamental na minha monografia, é um fotojornalista apaixonado pela profissão e foi ele que me ensinou amar o jornalismo.
A maneira como conheci Anízio foi super interessante, eu faltava muito as aulas e um belo dia cheguei na aula da Ana Cristina e ela me perguntou qual era a minha pauta, eu disse que não tinha escolhido ainda, ela disse que eu tinha até o final da aula para escolher. Foi então que Fabio falou da vontade que tinha em fazer um trabalho sobre fotojornalismo em Salvador e como "quem não tem cão caça com gato"... O problema é que não existia nada falando sobre fotojornalismo em Salvador, só tem Anízio Carvalho para contar a história.

O namoro com Isis acaba. Pois as brigas estavam cada vez mais freqüentes e as diferenças de valores sócio-culturais estavam acabando até mesmo com nossa amizade, além do ciúme.

Mercês veio pela primeira vez no Brasil desde que foi para Portugal. Chegou no dia em que Laura nasceu. Uma dupla surpresa para minha avó Dos Anjos.

Lembro-me que nesse dia, encontrei Cristiane na internet, a achei meio estranha, mas estava tão contente com o nascimento de Laura e a chegada de Mercês que nem perguntei: “tá tudo bem Cris?”.

Alguns dias depois, recebi um e-mail dizendo que o pai dela, sr. Jair, tinha nos deixado. Até hoje eu não me perdôo por isso. Cris sempre esteve presente quando eu precisei dela e na hora que ela precisou de mim, eu nem tive a sensibilidade de perceber.

2005 não começou nada bem, o quadro de saúde de Marlene foi piorando. E mais uma amiga me deixando. Mais uma Edna, Dona Edna. Dona Edna que tomava conta de mim quando eu era pequeno e quem eu comprava acarajé quase sempre que eu chegava da faculdade, tinha me deixado, pois o coração não agüentou uma vida de luta. Ela estava tão contente pois iria receber a sua primeira aposentadoria...

Um belo domingo de sol eu me despeço dos meus avôs como sempre faço, com muita brincadeira. Quando me dirijo para saída da casa, passo pela sala e vejo o irmão do meu avô, Valdomiro, todo de branco, com as penas cruzadas, sorrindo para mim e mandando eu esperar.

Resolvi esperar na casa da Marli, que fica em baixo, com menos de 10 minutos o telefone toca e minha avó desce chorando e eu já sabia o que era. Marlene tinha nos deixado.

Nascer é fácil, saber quem somos e viver sem vaidade é que é complicado. Não me lembro de ter chorado tanto na vida. Não me conformava. Pois habitava naquele corpo um espírito um pouco mais evoluído que se encheu de vaidade e eu, sabendo disso nunca parei para dizer: “Não faça isso não!”.

O cardeal responsável pelo meu nome também deixou o pontificado. E deu lugar a Bento XVI. Tive esperança de ver um João Paulo III. Mas o Cardeal Ratzinger, não tem nem em sonho a cara de bonzinho que Karol Wojtyla tinha.

Ficar em casa se tornou insuportável, pois vi que as pessoas que eu amava, não iam muito com a minha cara, me aturavam porque eu não dava ousadia para falarem de mim. Foi então que eu vi, que o melhor pai do mundo é o meu, pois estava sempre do meu lado.

Juntamente com Ingrid, Carol Loyola e Mayra, fiz um documentário na penitenciária feminina. Esse trabalho ajudou-me a quebrar preconceitos que nem eu sabia que eu tinha, mas graças a deus me vi livre deles.

Nessa brincadeira de não querer ficar em casa, eu pedi a Mayra para entrar no Espiando. Trabalhei um tempo como fotógrafo no site. Foi graças a Mayra que conheci Ana Paula e Ed Bala. E May, sempre me deu as melhores coberturas entre elas a do show de Djavan.
Conheci Mayra Ilnah, uma figura que parece criada para satirizar os problemas e vaidade dos outros aqui na Bahia. Ela é uma mistura de Charles Brown de Snoop, com Mafalda
Tanto Paula quando Ed, me receberam de braços abertos em suas casas. Por um lado, passava (e até hoje passo) os dias com uma figura do outro mundo. E as noites, eu passava com Paula e os pais dela. Não me lembro de um dia, que eu tenha ido para casa de Paula e não ter dado gargalhada, ou com dona Áurea me metendo em “esparros” ou com a impaciência de seu Climério mandando todo mundo da tv pra PQP.

Todos os anos começam sempre atribulados para mim, mas esse - 2006 - foi demais. Desentendi-me com muita gente que eu gosto, fui cruel, fui arrogante, deixei por varias vezes a raiva tomar conta de mim. Desculpas para isso, eu tenho várias, muitas e são boas, mas prefiro dizer que colhi o que plantei. Pois nem todo terreno se planta flores.

Mas a vinda de Mercês amenizou um pouco meu desespero. Na mesma época conheci Zamir (um amigo de Gustavo que estava aqui em Salvador de férias), um cara bastante carismático, de uma sensibilidade incrível. Você não precisa falar com ele, para ele saber o que você tem.

Meu projeto experimental foi reprovado e estou nesse momento fazendo um documentário sobre a vida de Anízio Carvalho. É a única coisa que ainda me prende a Salvador.
Temos a mania de dizer que tal coisa acontece por acaso. Como espírita eu digo que o "acaso" eu não existe. Pois quando o "acaso" para nos acontece, ou melhor, para ele acontecer, vários espíritos sopram sugestões em nossos ouvidos. Pois não foi por acaso que Izabel fez a comunidade da Massaranduba, não foi por acaso que eu sem morar nesse bairro, entrei na comunidade no orkut, não foi por acaso que conheci Iza, não é por acaso que ela está na minha vida, não foi por acaso que nos encontramos ou melhor, nos reencontramos.

Iza é meiga, doce e apaixonante. Mas também é dura, firme e decidida. Era a amiga que estava precisando. O que eu admiro nela, é que o que ela tem para falar, ela fala e na hora, a sinceridade dela as vezes me assusta. Mas ela não faz ideia de quanto ela é importante para mim.

Mas, mesmo Iza insistindo para que eu continue por aqui, no fim deste ano me despeço de Salvador, ainda não sei para onde vou, quero muito ir para Manaus e talvez eu vá. Mas acho que este ano é fim de mais um ciclo e estou me preparando para as mudanças.

Ainda continuo solteiro e agradecendo a deus por ter tudo que quero e tudo que preciso, ou seja, a sua amizade.

Beijos
jp & ea

2.9.06

Mais um ano...

O entra e sai de gente na minha vida não termina, é raro ter um dia em que eu não conheça alguém. Isso por causa do gene que herdei de Mercês de falar com todo mundo na rua...

Estou explicando esse entre e sai, porque seria impossível descrever a importância de todas as pessoas que conheci, que de uma forma ou de outra, fizeram cada minuto uma festa. Mas citarei algumas das pessoas mais presente na minha vida este ano.

A lista continua sendo encabeçada por Mercês, pois mesmo com a distancia o maior apoio ainda continua vindo dela e com passar dos tempos, vejo que minha querida mãe confia cada vez mais em mim.

Uma das coisas que aprendi nesses 5 anos de Salvador, é ver o potencial de cada pessoa. E sem dúvida que seu Batista deu o máximo que podia ao seu filho mais novo. Às vezes ele é “caladão”, desconfiado, mas atrás daquele rosto de militar “brabo”, tem um homem maravilhoso, que se preocupa com todos que passam por ele.








Apesar da falta de tempo livre ter me afastado de alguns amigos, eles estão presentes nos meus bons pensamentos, no meu coração e nas minhas orações, entre eles: Ingrid, Nailton, Jerônimo, Simone, Edilson Lima, Didi, Cacik Jonne, Cristina (Gracefass), D. Sônia, Antonio, Laura, Neide, Gustavo, Aquino, Aura Valésia, Loide, Luiza, Mayra, Carol Loyola, Carol Silva, Priscila, Martinha, Aline (mãezinha), Wagner Meirelles, George, Roberval, Zamir, Josiane, Isis, Rejane, Tereza, Valdirene, Marcelo, Irênio, Marli, Marivaldo, Dos Anjos, Silvio, Ângela, Mário, Deusinaide, Cerval e Eugenio.

Por fim, tenho que falar daqueles que sempre me acompanham, pois em nenhum momento estou sozinho, nenhum de nós estamos, mas graças a Deus eu posso sentir a presença de alguns amigos como Pedro, Robson e Gil, que me guiam e me protegem e outros que apenas se apresentam como EA.

A todos vocês, meu muito obrigado.


jp&ea