4.7.06

A vida de um espírita

Ser espírita não é fácil, principalmente aqui na miscelânea baiana.

Aqui todo mundo tem medo de quem é espírita. Evangélico, testemunhas de Jeóva, "candomblezeiro" e CIA LTDA.

Meu pai é católico, ele colocou uma faixa escrito: "SOU CATÓLICO", para evitar aquele terrível: "OH DE CASA", aos domingos de manhã. Mas depois fui ver, que esse "OH DE CASA" acabou não por ele ser católico, mas sim por ele ter um filho espírita.

Teve uma vizinha que um dia me perguntou qual era a minha religião. Normalmente eu respondo com uma frase de Gandhi - "Minha religião é um assunto particular que só diz respeito a mim e ao Criador" – Mas não poderia dar essa "dura" na criatura...

Aí disse que não tinha religião (“serviço ou culto a Deus, expresso por meio de ritos, preces e observância do que se considera mandamento divino, que possui um sistema dogmático e moral além de veneração às coisas sagradas”), mas que era espírita – pois espiritismo (doutrina filosófica de conseqüências físicas e morais), só é religião no Brasil – pois não fazemos cultos, não temos ritos nem objetos de veneração como os católicos por exemplo.

A criatura me olhou com uma pena e disse: “oh meu filho, você uma pessoa tão educada e é espírita, sua mãe sabe disso?”. E sem entender ainda a ligação de educação com espiritismo, respondi que minha mãe também é espírita. A cara deixou de ser de pena para ser de decepção, ela só faltou dizer: “uma senhora tão distinta se prestar a uma coisa dessas”.

Tirando isso, vem os curiosos: “você fala com espírito?”. Falar eu até que falo, eles me responderem, são outros 500. Outra pergunta que me fazem muito. “EU TENHO ESPÍRITO?” e eu digo “Não, você não tem espírito, você tem um corpo”. E quando tenho que decifrar os sonhos??? “Sonhei com meu pai que morreu, ele me deu um recado, mas não me lembro, você sabe o que ele queria me dizer?”.

E quando morrem alguém aqui por perto? Depois da minha monografia, ganhei cadeira cativa nos ônibus. Aí me aparece um pedindo para que eu diga palavras bonitas como de Chico Xavier. Aparece outro perguntando: “Fulano (o defunto) ele tá onde agora, ele está aqui vendo o enterro dele? Quando eu morrer eu vou vim ver meu enterro”.

Mas o mais irritante é quando me aparece pessoas de outras religiões que vem diretamente a mim tentando me convencer com um discurso filha da mãe. “você sabia que nos centros espíritas tem muito viado e sapatona?”. E o que tem de mal em homossexualismo? “Você acha certo ter a pessoa que bebem e usam drogas nos centros?”. Eu não bebo nem fumo e acho errado, todos que fazem isso não importa onde.
Pois é! Quem tiver querendo saber um pouco mais sobre espiritismo, leia o “O evangelho, segundo o espiritismo” de Allan Kardec. Também aconselho a visitarem o site da Mansão do Caminho do meu querido Divaldo Franco.

Um comentário:

Anônimo disse...

joão, já pensou em ser comediante?
Bejios da sua mana.