19.6.06

Elogios ou críticas???

Ultimamente tenho sido adjetivado – pois não sei se estão me elogiando ou esculhambando – com palavras pouco simpáticas como: inconseqüente (“Contrário ao que naturalmente se devia seguir”) e mercenário (“individuo que trabalha por soldo ajustado ou somente por interesse no pagamento) passional (“Motivado pela paixão, especialmente amorosa”), autoritário (que se impõe pela autoridade) e outras mais.

A vontade que tive, foi de perguntar se essas pessoas sabem o que realmente estão dizendo, mas fiquei com medo de ser chamado de prepotente. É que minha dúvida, é se essas palavras que me foram dirigidas são elogios ou críticas.

Se soubéssemos o que naturalmente se deve seguir o mundo seria outra, mas
Vinicius de Moraes disse que “ninguém vai me dizer que tem” que seguir “sem provar muito bem provado, com certidão passada em cartório do céu e assinado embaixo: Deus. E com firma reconhecida”.

Se no mundo não houvesse inconseqüentes, estaríamos andando de carroça e ainda não teríamos chegado na era do rádio.

Me responda aí? Quem nesse mundo trabalha de graça? Todo mundo que eu conheço não move uma palha sem saber o que vão ganhar com isso. E eu, que trabalho como voluntário em ONG que sou mercenário. Mas eu ainda quero ser mercenário, pois uma pessoa que ganha pelo seu trabalho é uma pessoa valorizada.

Passional e autoritário, um eu já sou e outro eu quero ser. Pois tudo o que eu faço é por amor, para não correr o risco de ficar esperando algo em troca. E ainda não sou autoridade (pessoa tida como mestre em um assunto) para ser autoritário.

Talvez, eu esteja sendo inconseqüente, por levar estas palavras para o lado mais simpático. Mas isso eu aprendi com uma história que Divaldo Franco contou.
Ele contou que quando era mais novo, um grupo de rapazes perto do trabalho dele gostava de chamar as mulheres que passavam por lá de sereias, tainhas, salmão e outros peixes bonitos e saborosos. Até que uma mocinha com aspecto menos bonito, passou por eles para saber o que eles acharam dela. Quando ela passou por eles foi chamada de bacalhau. Ela voltou feliz da vida com a comparação. Divaldo então perguntou: “eles te chamaram de bacalhau e você fica contente?” . A moça respondeu : “Bacalhau também não é peixe?”.

As palavras possuem forças, que levantam ou derrubam qualquer um, mas tudo depende de como a gente absorve cada uma delas.

Ah! E obrigado pelos elogios.

jp

2 comentários:

Anônimo disse...

Bacalhau é gostoso e caro...podem me chamr assim também "otoridade"!

Anônimo disse...

Muito bom o seu blog, bem estruturado, escrito e com histórias engraçadas!!!

te adoro JP! e vamos la em busca de fechar o P.Experimental.