22.2.04

Um poeta perdido no ônibus



Fim de um dia de aula, eu peguei o ônibus para casa como de rotina. Dois pontos depois daquele em que subi, entrou pela porta da frente um individuo bem arrumado, aparentando ter seus trinta anos e começou a falar.
A principio não lhe dei muita importância e distrair-me a olhar pela janela. Alguns tempo depois, reparei que este rapaz ainda estava ali, em pé, logo atrás do motorista e parei para prestar atenção no que ele dizia.
Ele falou que se chamava Jayme, que estava desempregado e antes que ele continuasse com a sua estória, voltei de novo a minha atenção para a janela.
Só que os meus ouvidos continuaram a ouvi-lo e então olhei de novo para o rapaz e fiquei curioso para saber o que ele tinha para nos oferecer.
Para minha surpresa ele nos ofereceu três magníficos poemas. Depois de declamar os poemas, eu pedir uma cópia a Jayme e ficamos conversando por um tempinho.
Ele contou-me que era estudante de filosofia e que tinha abandonado o curso por não ter condições financeiras para terminá-lo, mesmo fazendo o curso em uma faculdade pública. E agora vendia panfletos com os seus poemas nos ônibus e assim divulgava o seu trabalho.
Eu fiquei com um desses panfletos e agradeci-lhe por ter feito a minha volta para casa mais alegre. Ele autografou o seu trabalho, deixou o número do seu telefone de contato para shows recitais e dedicou-me um poema e desceu do ônibus na Avenida Centenário.
Quem tiver interessado nos shows recitais de Jayme Filho é só mandar uma mensagem pedindo-me o seu contato.