24.12.06

Porque só desejo “Feliz Natal” para criança


Natal é uma época mágica para as crianças, montar a árvore, se encantar com o pisca-pisca, comer doces, panetones, ganhar presentes, esperar Papai Noel chegar. Que época maravilhosa.

Só que infelizmente a gente cresce, envelhece e isso faz com que nossos horizontes se abram e procuramos resposta para diversas coisas. E uma delas é: “o que é o Natal?”. “O Natal é o nascimento de Jesus Cristo”.

Então, 25 de dezembro é o aniversário de Cristo! Que maravilha! Mas eu não tenho motivos para estar feliz com isso. Mas quem é que se lembra que Maria teve que fugir para não matarem seu filho? Que Cristo nasceu em um celeiro, seu berço foi “manjedoura” e teve uma vida pobre? Que o carpinteiro mais conhecido no mundo, morreu crucificado?

Todo mundo se lembra de comprar presentes, de fazer amigo-secreto, de comprar roupa nova, de dar um jeitinho no visual, de consertar a casa... mas do aniversariante que é bom, nada! Faço minhas as palavras de Tadeu Miranda,: “é a época dos que têm, se exibirem para os que não têm (...) época de maior índice de suicídio causado pela solidão”.

Mas para mim, o pior de tudo é ver tudo quanto é gente que não vai com a nossa cara desejando “feliz natal, que o próximo seja tudo de bom pra você”. Aí, me dar uma vontade de imitar sr. Climério e mandar todo mundo para PQP.

Eh! Mas nem tudo é tão ruim assim. Pelo menos uma vez no ano, as pessoas tentam deixar as desavenças para trás e ficar em paz, com todos. E já que é Natal, também quero meu presente! Faça uma oração para mim e para o aniversariante. Ficaremos eternamente gratos.

Beijos, fiquem com Deus e Boas Festas!
jp & EA

Troquei o GCB pelo STS


Infelizmente não (ainda) pude fazer o documentário que tanto queria no Bagunçaço,(O GCB tem uma equipe muito boa de filmagem, não é a toa que o “29 polegadas” está fazendo um grande sucesso, prova disso são os prêmios que recebeu). Tive que terminar o meu memorial e uma amiga (Izabel) pediu para que eu ajudasse a fazer um pequeno vídeo no STS – Serviço de Transfusão de Sangue.

O vídeo no STS foi um pouco estressante, hematologia não é a minha área e o tempo foi curtíssimo. Para melhorar a situação, não tínhamos cinegrafista nem local para editar o material. Ao meu favor tinha apenas a boa vontade de muitos amigos como Gustavo, Nelson, Didi e Edílson.

Felizmente saiu tudo bem, dei muita risada e ganhei mais uma amiga, Cárita, da turma de Izabel e elas passaram na disciplina.

10.11.06

Eu tiro onda pra onda não me tirar...


De vez em qaundo eu gosto de tirar onda...
Também sou filho de Deus e tenho direito a ir para praia...
abração

28.9.06

Bom Filme

Tinha que escrever sobre uma das minhas paixões né? Por isso o Primo Basílio possui um irmão, o JPBOMFILME...
Ele é uma continuação da minha antiga coluna de cinema...
Beijão..
jp

24.9.06

O analfabeto político

Ontem fui retribuir um scrap que minha amiga Cristiane escreveu no Orkut e me deparei com o texto de Bertold Brecht, que ela colocou em seu perfil: "O Analfabeto político".

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, os preços do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.”

“O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.”


Eu não diria burro, diria cavalo mesmo, pois o burro é humilde e não estufa o peito. Já o cavalo é “posudo” e é tão besta que faz o que os outros mandam. Mande um burro fazer algo que ele ache perigoso para você ver o que acontece.

Depois Cris confessa: “Eu já fui uma analfabeta política e por conta, principalmente, das aulas de cidadania que tive, não sou mais”. Não deu para perguntar, mas eu queria saber onde é que tem essa escola de cidadania, pois devem ser raras. Mas eu gostaria que todos dissessem: "Eu não voto nulo ou branco. Discuto e analiso os prós e contras dos meus candidatos antes de decidir”.

Porém, o que mais acontece é vermos outros imbecis que se acham “expert” em política e falam mal de todos os políticos. Pois não prestam atenção nas coisas boas que alguns fazem e preferem pegar frases feitas de políticos sem caráter em programas eleitoral e criticar sem nenhuma base.

Mas o mais imbecil, é aquele que tendo capacidade de analisar, tem o orgulho de ficar em cima do muro. E infelizmente esses são muitos, pois falta coragem para dar a cara a tapa ou então estão esperando o resultado da eleição para apoiar aquele que melhorará a sua vida, dando-lhe emprego, privilégios e esquecendo que não adiantar ter um relógio de ouro se a rua está repleta de ladrões.

Cris termina confessando que “trouxe para dentro da minha casa vários debates, inclusive sobre política e tenho certeza que mudei algo com isso”.

Pode ter a certeza que você mudou, “isso eu garantio”

"Pensem e votem".
Cris e JP

23.9.06

Tá Na Tela


"Tá Na Tela" era o nome da coluna que eu assinava quando era colunista de cinema da revista eletrônica espiando.com.br. Infelizmente a revista deixou de existir, mas meu amor pelo cinema continua firme e forte...

Na semana passada, assisti o filme “K-19: The Widowmaker” e adorei. Ele conta a história da tripulação do submarino nuclear russo K-19, em 1961.

O rigoroso capitão Alexi Vostrikov (personagem de Harrison Ford), foi nomeado para comandar o submarino K-19, na sua viagem inaugural. Porém a equipe de marinheiros russos pertencia ao comando do “carismático” capitão Mikhail Polenin (Liam Neeson, de A Lista de Schindler). Polenin passou a ser subordinado ao capitão Vostrikov. O esquema de comando era o mais rígido, mas os militares aceitavam, pois estavam defendendo os interesses do seu país.

Tudo ia bem, até que o sistema de refrigeração do reator nuclear do K-19 ter deixado de funcionar, por inexperiência do responsável desse setor. E para piorar a situação o sistema de comunicação de radio foi danificado.

Vostrikov tinha que salvar a tripulação e evitar um desastre nuclear que poderia causar a 3ª guerra mundial.

O que mais me chamou atenção neste episódio, pois o fato realmente aconteceu, foi ver que no desespero de salvar suas vidas, um grupo de marinheiros se revoltou contra Vostrikov, prenderam-no e um representante da presidência russa que estava abordo do navio destitui-o do cargo de comandante do K-19, entregando o comando para seu antigo líder, o capitão Polenin, para que ele entregasse o K-19 para um Destroyer amaricano e eles salvassem tanto a vida da população quando a o mundo de uma terceira grande guerra.

Quando o capitão Polenin, chega na sala de comando e ver Vostrikov algemado e o representante da presidência dizendo que ele era o novo comandante do K-19 e que ele poderia entregar o submarino aos americanos, a primeira coisa que ele fez foi pedir armas dos militares, a segunda foi dar ordem de prisão para todos e a terceira ação, foi mandar libertar Vostrikov e devolver o comando.

FIDELIDADE! Você sabe o que é isso? Sabe o que é você está em um lugar e ser fiel a uma pessoa, a um amigo? Mesmo colocando a sua vida em risco? Ser fiel não é se sujeitar a tudo, pois temos a liberdade de abandonar o barco. Mas as pessoas ainda têm o prazer de perder um bem precioso, a CONFIANÇA de alguém e isso eu garanto, precisaremos de muito tempo para voltar a recuperar.

Não há nada no mundo mais importante do que termos a confiança de alguém, pois esse mesmo mundo dá muitas voltas e sem os verdadeiros amigos, não vamos longe.


jp

11.9.06

10 de Setembro





Hoje é o meu dia, dia da imprensa, que “acaso” interessante não é?
Bem, pela internet, a primeira a me “parabenizar” foi Cristiane, ás 00:02, seguida de Paulinha. Por telefone foi Iza, dois minutos depois de Cris. O primeiro abraço foi dado pelo meu pai, as 00:38, quando Tadeu estava deixando um scrap.

Recebi diferentes tipos de parabéns. Desde o mais tímido, como o de Evania no orkut; o mais doce, de Milla; o mais divertido com Irênio em casa; ao mais carinhoso, vindo de Iza; o mais longo 1:05h pelo telefone de Mercês; o que me fez lembrar da minha infância, de Ana Cláudia, o que fez a lágrima rolar de Aura Valésia; Até parabéns por “acaso” eu recebi hoje, Lene sabia que era dia da imprensa, mas não sabia que era meu aniversário.

Obrigado Cristiane pela paciência e compreensão por mais de 10 anos, obrigado Tadeu por me contagiar com a sua falta de gen do mau humor, muito obrigado mesmo Ed Bala, Mabel e Dona Vera por terem me “adotado”, obrigado Letícia por ser a webdesigner mais paciente que conheço, obrigado Marcito por está sempre disposto a ajudar e conversar, Obrigado Nea, Déborah, Bruno, Rita, Djan, primos e primas distantes mas que eu adoro muito, obrigado Loide, Alex, Luzia, Jussara,Ana Luisa, Gaby e Marli por terem muita paciência comigo...

Tenho que agradecer ao sr. Orkut Buyukkokten, pois se não fosse ele, eu não receberia os parabéns de Renata, Fernando, Walter, Milla, Isabela, Simone, Evania, Laís, Amanda, Keury, Pitty, Henrique, Rosangela, Eliana, Magaly, (amigos virtuais que dispensaram um minuto dos seus tempos para escrever algo, para uma pessoa que nunca viram na vida). Também é graças a Buyukkokten, que recebo a admiração e muito carinho de Aura Valésia e Laurinha, além de Iza.

Também não esqueço a colegas jornalistas formados ou em formação que me aturam, entre eles meus colegas Mayra, Alice, Bito, Eliezer, Fabiana, Teresa, Nadja, Iana, Suâmi, Carol Loyola, Karol, Viviane, Tiago e Lindinete. Além de Maria Eugenia e Thiago Bernardes que espero que não tenham esquecidos que temos uma matéria pra fazer com Walter. E meus eternos mestres Leandro e Rosana.

A todos, incluindo os que não tiveram os nomes citados e que sei que vão me dar parabéns atrasado, como Aquino, meu muito obrigado.

Jp

P.S (Tem uma turma que não gosta de tirar fotos, por isso não estão no álbum).

4.9.06

"O que eu vi" em Salvador


Era 10 de gosto de 2001, vi Caetano anunciando na Concha Acústica do TCA a morte de Jorge Amado. Era o show do “Noite do Norte” e “leãozinho” entrou no repertório. Mas para meu desespero, o que se ouvia nas ruas era: “toque, toque DJ, toque que isso aí não ta com nada”. Eu dizia: “p... que pariu, com tantos cantores de qualidade nessa terra sou obrigado a ouvir isso”.

O tempo estava frio, do jeito que eu gosto, cheguei na casa dos meus avôs e deixei as malas e fui dar uma volta pela Cidade Baixa. Minha primeira parada foi na casa do meu pai, mas não tinha ninguém.

A chegada foi de surpresa, mas assim que o scénic branco do meu avô foi visto rondando o Jardim Cruzeiro, Uruguai, Massaranduba e Ribeira muitos amigos tiveram a certeza de que eu “estava na área”.

Meu primeiro aniversário aqui em Salvador foi com Paty e Gustavo no Pós-tudo, no Rio Vermelho. Nada de especial, só não queria ficar em casa recebendo telefonemas.

No dia seguinte, ao sair do Status (curso pré-vestibular), vi um prédio tocando fogo e um avião batendo na torre do lado. Fiquei sem entender, não sabia se era ficção, se era filme. Mas não, era o ataque terrorista que marcou a história dos atentados.

Algum tempo depois, o tio da minha avó, (que tinha puxada o facão para mim em 2000), sr. Elias, com 102 anos, desencarnava com falência múltiplas dos órgãos. Não deu trabalho, pelo contrario trabalhou até o final da vida, chegou em casa, passou mal, depois ficou uma semana no hospital e foi embora. Isso fez com que a minha amizade com a prima da minha mãe, filha dele, Evanete aumentasse e muito. A mãe do meu irmão também faleceu, estava com doença de Chagas e não tinha condições de ter um tratamento adequado.

Naquela época, só tinha duas coisas na cabeça, entrar em uma faculdade e ver a mulher que eu amava e que morava em Brasília.

Os curso ainda me dividiam, não sabia o que fazer, até que Paty me aconselhou a fazer jornalismo e estou aqui. Depois que tive o resultado positivo de que tinha passado no terrível vestibular, me preparei para conhecer a capital do país.

Meu namoro com a tal moça não foi muita a frente, pois por mais que gostássemos um do outro, a distancia não ajudaria muito. E desde então não tive mais notícias dela (através dela, mas sei que está bem rsrsrs).

Em 2002, minhas aulas começam, e até então ninguém me deu os parabéns por ter passado em jornalismo, somente minha tia Marlene. Demorei um pouco para pegar o ritmo, pois me sentia meio perdido. E quando chegava em casa, me batia o desespero de ver todo mundo cantando: “então diga que valeu, o nosso amor valeu demais...”. Isso era um castigo, ou melhor, uma tortura para meus ouvidos que estavam acostumados a ouvir somente mpb e pop-rock.

De importante nesse ano, foi ter começado o namoro com minha amiga de infância, Isis. Como amiga era excelente, devo muito á ela, mas como namorada... “Vá ser ciumenta assim no inferno”. Mas eu precisava de uma amiga para me dizer de uma forma carinhosa, se estava certo ou errado, algumas das minhas decisões.

A saúde de Chico Xavier estava cada vez pior, mas ele dizia que só iria embora quando o povo brasileiro estivesse feliz. Cheguei achar que ele não fosse morrer nunca. Mas esse dia chegou, foi a primeira vez que vi a seleção brasileira ganhar uma copa eu estando aqui. Que alegria! Ronaldinho Gaúcho tocando percussão em cima do trio puxado por Ivete. E Chico morreu? Que Chico? Xavier? A humildade dele foi tanta, que ele não quis nem que sua morte chamasse atenção.

E não foi só dessa vez que o Brasil foi alvo de atenção. Quando o nordestino, sem escolaridade (mas com muito estudo), pobre, deficiente físico e o pior de tudo, com Silva no nome foi eleito presidente da república do Brasil, sentir orgulho em ser brasileiro.

2003 começa do mesmo jeito, sem muita preocupação, sem muitas novidades.

A novidade é uma dança que parece que saiu de um quarto de motel, mas dizem que é de Candeias. O “arrocha” é um ritmo sensual, ouvido principalmente nas periferias. Não canta a Bahia como Axé-music, nem como a Bossa Nova. Mas esse fruto de uma exclusão social, virou sucesso. Tanto sucesso que até Ivete “arrochou” no carnaval.

Conheci Mayra Ilnah, uma figura que parece criada para satirizar os problemas e vaidade dos outros aqui na Bahia. Ela é uma mistura de Charles Brown de Snoop, com Mafalda.

No meu primeiro dia de aula com Mayra, tivemos um debate interessante. Era três grupos, um perguntava, outro respondia e o terceiro julgava a resposta de acordo com o código de ética dos jornalistas. Ela me perguntou se eu fosse repórter e descobrisse que meu irmão era chefe do tráfico e sustentasse toda a minha família eu entregaria ao jornal ou não. O código de ética dos jornalistas diz que é para dedurar, mas não conheço nenhum “caguete” vivo. Fabio Caraciolo que estava responsável pelo meu "julgamento" ficou sem palavras e disse: "não tenho nada a dizer".

Com menos de duas semanas de aula, vem o carnaval. E na quarta-feira de cinzas fiquei sem chão ao saber que minha amiga de seresta, Edna, tinha falecido. Edna tinha 44 anos, era como se fosse uma tia. Todo mundo gostava quando estávamos juntos porque era um show diálogos conotativos – putaria, pronto! Mas sem baixar o nível.

Meu mau humor começava a se despertar, pois estava começando a descobrir que estava numa cidadezinha do interior disfarçada de metrópole. A estrutura física até engana, mas a mentalidade da maioria das pessoas é extremamente tacanha.

Minha música predileta passou a ser nada menos que “a luz de Tieta” de Caetano, “todo dia, mesmo dia, vida tão tacanha, nada novo sobre o sol... todo mundo quer saber com quem você se deita, nada pode prosperar”.

Começou a surgir um dos meus primeiro problemas em casa, meu pai não me dizia nada, mas na rua as pessoas diziam para ele que eu era gay. Para um cara que passou 32 anos no corpo de fuzileiro naval, isso era um motivo de preocupação e de vergonha.

Mas eu tinha que descobrir de onde saiu esse boato. Até que descobrir que era um amigo dele que parece uma “nigrinha”, pois para mim, dizia que meu pai era maluco porque namorava muito e eu era “viado” porque só tinha uma namorada.

Aí vi que ele ficava muito num barzinho onde meu pai ficava tomando uma. Um belo dia eu cheguei doido para querer brigar com um e quem me aparece acompanhado de esposa? Hum!

Nesse dia eu estava com o jeito mais delicado do mundo, bem afeminado, esperando uma gracinha da tal “nigrinha”. Quando ele disse: “tem pai que é cego, aqui no bairro está cheio de viado enrustido”. Eu dei risada e respondi, “é melhor ter uma mulher satisfeita do que 10 que não sabe o que é ter orgasmo”. Ele me perguntou, “é comigo que você está falando” e eu respondi: “não! É com a sua mulher, que tem cara de quem até hoje não sabe o que é gozar e o viado aqui está doido pra dá prazer para ela”. Ele ainda achou que eu queria a mulher derrubada dele.

Foi a primeira confusão que me meti, mas eu tenho um 1,90m de altura e tinha 98kgs, era um autentico guarda-roupa, tinha que pensar duas vezes antes de querer me bater.

Conheci Diosmar, Marcio e Joselito, todos do Grupo Cultural Bagunçaço. Sentia-me na obrigação de dá uma pequena atenção ao grupo, pois, eles ajudam crianças carentes e tiram da marginalidade. Era minha ocupação fora da faculdade. Foi Joselito que me apresentou ao embaixador americano, John Danilovith e a Margareth Menezes.

Marlene regressava de Portugal com Vivalda, por motivo de saúde. Conheci meu primo Bruno Peruna e a indesejável voltava a nos visitar, mas dessa vez foi na família do meu pai. Meu tio mais novo, Carlos, nos deixava 40 dias antes do seu irmão mais velho, Epifânio.

Pra ser sincero, não ia muito com a cara deles não, mas ver meu pai inconsolado com as perdas me deixou sem saber o que fazer.

Foi a primeira vez que parei e vi que eu estava envelhecendo e a minha geração começava a ser renovada. Estava deixando de ser sobrinho, para ser tio, pois ainda sentíamos a falta dos que foram, quando no último dia de 2003, Paty anunciava que estava grávida de Laura.

Em 2004 conheci muita gente, a pessoa que mais me marcou foi Anízio Carvalho. Anízio, que foi peça fundamental na minha monografia, é um fotojornalista apaixonado pela profissão e foi ele que me ensinou amar o jornalismo.
A maneira como conheci Anízio foi super interessante, eu faltava muito as aulas e um belo dia cheguei na aula da Ana Cristina e ela me perguntou qual era a minha pauta, eu disse que não tinha escolhido ainda, ela disse que eu tinha até o final da aula para escolher. Foi então que Fabio falou da vontade que tinha em fazer um trabalho sobre fotojornalismo em Salvador e como "quem não tem cão caça com gato"... O problema é que não existia nada falando sobre fotojornalismo em Salvador, só tem Anízio Carvalho para contar a história.

O namoro com Isis acaba. Pois as brigas estavam cada vez mais freqüentes e as diferenças de valores sócio-culturais estavam acabando até mesmo com nossa amizade, além do ciúme.

Mercês veio pela primeira vez no Brasil desde que foi para Portugal. Chegou no dia em que Laura nasceu. Uma dupla surpresa para minha avó Dos Anjos.

Lembro-me que nesse dia, encontrei Cristiane na internet, a achei meio estranha, mas estava tão contente com o nascimento de Laura e a chegada de Mercês que nem perguntei: “tá tudo bem Cris?”.

Alguns dias depois, recebi um e-mail dizendo que o pai dela, sr. Jair, tinha nos deixado. Até hoje eu não me perdôo por isso. Cris sempre esteve presente quando eu precisei dela e na hora que ela precisou de mim, eu nem tive a sensibilidade de perceber.

2005 não começou nada bem, o quadro de saúde de Marlene foi piorando. E mais uma amiga me deixando. Mais uma Edna, Dona Edna. Dona Edna que tomava conta de mim quando eu era pequeno e quem eu comprava acarajé quase sempre que eu chegava da faculdade, tinha me deixado, pois o coração não agüentou uma vida de luta. Ela estava tão contente pois iria receber a sua primeira aposentadoria...

Um belo domingo de sol eu me despeço dos meus avôs como sempre faço, com muita brincadeira. Quando me dirijo para saída da casa, passo pela sala e vejo o irmão do meu avô, Valdomiro, todo de branco, com as penas cruzadas, sorrindo para mim e mandando eu esperar.

Resolvi esperar na casa da Marli, que fica em baixo, com menos de 10 minutos o telefone toca e minha avó desce chorando e eu já sabia o que era. Marlene tinha nos deixado.

Nascer é fácil, saber quem somos e viver sem vaidade é que é complicado. Não me lembro de ter chorado tanto na vida. Não me conformava. Pois habitava naquele corpo um espírito um pouco mais evoluído que se encheu de vaidade e eu, sabendo disso nunca parei para dizer: “Não faça isso não!”.

O cardeal responsável pelo meu nome também deixou o pontificado. E deu lugar a Bento XVI. Tive esperança de ver um João Paulo III. Mas o Cardeal Ratzinger, não tem nem em sonho a cara de bonzinho que Karol Wojtyla tinha.

Ficar em casa se tornou insuportável, pois vi que as pessoas que eu amava, não iam muito com a minha cara, me aturavam porque eu não dava ousadia para falarem de mim. Foi então que eu vi, que o melhor pai do mundo é o meu, pois estava sempre do meu lado.

Juntamente com Ingrid, Carol Loyola e Mayra, fiz um documentário na penitenciária feminina. Esse trabalho ajudou-me a quebrar preconceitos que nem eu sabia que eu tinha, mas graças a deus me vi livre deles.

Nessa brincadeira de não querer ficar em casa, eu pedi a Mayra para entrar no Espiando. Trabalhei um tempo como fotógrafo no site. Foi graças a Mayra que conheci Ana Paula e Ed Bala. E May, sempre me deu as melhores coberturas entre elas a do show de Djavan.
Conheci Mayra Ilnah, uma figura que parece criada para satirizar os problemas e vaidade dos outros aqui na Bahia. Ela é uma mistura de Charles Brown de Snoop, com Mafalda
Tanto Paula quando Ed, me receberam de braços abertos em suas casas. Por um lado, passava (e até hoje passo) os dias com uma figura do outro mundo. E as noites, eu passava com Paula e os pais dela. Não me lembro de um dia, que eu tenha ido para casa de Paula e não ter dado gargalhada, ou com dona Áurea me metendo em “esparros” ou com a impaciência de seu Climério mandando todo mundo da tv pra PQP.

Todos os anos começam sempre atribulados para mim, mas esse - 2006 - foi demais. Desentendi-me com muita gente que eu gosto, fui cruel, fui arrogante, deixei por varias vezes a raiva tomar conta de mim. Desculpas para isso, eu tenho várias, muitas e são boas, mas prefiro dizer que colhi o que plantei. Pois nem todo terreno se planta flores.

Mas a vinda de Mercês amenizou um pouco meu desespero. Na mesma época conheci Zamir (um amigo de Gustavo que estava aqui em Salvador de férias), um cara bastante carismático, de uma sensibilidade incrível. Você não precisa falar com ele, para ele saber o que você tem.

Meu projeto experimental foi reprovado e estou nesse momento fazendo um documentário sobre a vida de Anízio Carvalho. É a única coisa que ainda me prende a Salvador.
Temos a mania de dizer que tal coisa acontece por acaso. Como espírita eu digo que o "acaso" eu não existe. Pois quando o "acaso" para nos acontece, ou melhor, para ele acontecer, vários espíritos sopram sugestões em nossos ouvidos. Pois não foi por acaso que Izabel fez a comunidade da Massaranduba, não foi por acaso que eu sem morar nesse bairro, entrei na comunidade no orkut, não foi por acaso que conheci Iza, não é por acaso que ela está na minha vida, não foi por acaso que nos encontramos ou melhor, nos reencontramos.

Iza é meiga, doce e apaixonante. Mas também é dura, firme e decidida. Era a amiga que estava precisando. O que eu admiro nela, é que o que ela tem para falar, ela fala e na hora, a sinceridade dela as vezes me assusta. Mas ela não faz ideia de quanto ela é importante para mim.

Mas, mesmo Iza insistindo para que eu continue por aqui, no fim deste ano me despeço de Salvador, ainda não sei para onde vou, quero muito ir para Manaus e talvez eu vá. Mas acho que este ano é fim de mais um ciclo e estou me preparando para as mudanças.

Ainda continuo solteiro e agradecendo a deus por ter tudo que quero e tudo que preciso, ou seja, a sua amizade.

Beijos
jp & ea

2.9.06

Mais um ano...

O entra e sai de gente na minha vida não termina, é raro ter um dia em que eu não conheça alguém. Isso por causa do gene que herdei de Mercês de falar com todo mundo na rua...

Estou explicando esse entre e sai, porque seria impossível descrever a importância de todas as pessoas que conheci, que de uma forma ou de outra, fizeram cada minuto uma festa. Mas citarei algumas das pessoas mais presente na minha vida este ano.

A lista continua sendo encabeçada por Mercês, pois mesmo com a distancia o maior apoio ainda continua vindo dela e com passar dos tempos, vejo que minha querida mãe confia cada vez mais em mim.

Uma das coisas que aprendi nesses 5 anos de Salvador, é ver o potencial de cada pessoa. E sem dúvida que seu Batista deu o máximo que podia ao seu filho mais novo. Às vezes ele é “caladão”, desconfiado, mas atrás daquele rosto de militar “brabo”, tem um homem maravilhoso, que se preocupa com todos que passam por ele.








Apesar da falta de tempo livre ter me afastado de alguns amigos, eles estão presentes nos meus bons pensamentos, no meu coração e nas minhas orações, entre eles: Ingrid, Nailton, Jerônimo, Simone, Edilson Lima, Didi, Cacik Jonne, Cristina (Gracefass), D. Sônia, Antonio, Laura, Neide, Gustavo, Aquino, Aura Valésia, Loide, Luiza, Mayra, Carol Loyola, Carol Silva, Priscila, Martinha, Aline (mãezinha), Wagner Meirelles, George, Roberval, Zamir, Josiane, Isis, Rejane, Tereza, Valdirene, Marcelo, Irênio, Marli, Marivaldo, Dos Anjos, Silvio, Ângela, Mário, Deusinaide, Cerval e Eugenio.

Por fim, tenho que falar daqueles que sempre me acompanham, pois em nenhum momento estou sozinho, nenhum de nós estamos, mas graças a Deus eu posso sentir a presença de alguns amigos como Pedro, Robson e Gil, que me guiam e me protegem e outros que apenas se apresentam como EA.

A todos vocês, meu muito obrigado.


jp&ea

17.8.06

Lençol de Zamir...


Esse lençol peguei emprestado de Zamir Mustafa, ou melhor, no blog de Zamir o Tuaregue.

Zamir é um cara hiper simpático de Manaus, que passou um tempinho aqui no começo do ano. Ele é amigo de Paty e Gustavo e tornou-se amigo de Laura, Mercês e meu também...

Voltando ao lençol, eles poderiam ser vendidos para iniciantes e ou estarem em camas de motéis para alegrar a “brincadeira”, o problema é que com a luz acesa, perde a graça.

Mas até agora estou tentando ligar as figuras. Quem souber montar esse quebra cabeça, me mande a resposta.


jp

11.8.06

Velho sonho resgatado


Hoje acordei com uma idéia na cabeça e quando parei para pensar nessa idéia meio louco, lembrei-me que era um sonho de criança e acho que agora poderei realizá-lo.


A idéia está aí na foto - tire as suas conclusões - mas o que eu quero mesmo é dizer que a nossa vida, só quem controla somos nós. Não espere opinião de ninguém, conselho dos outros, muito menos apoio de outrém.

Façam o seguinte, quando estiverem sozinhos, antes de dormir ou em qualquer outro lugar em que a paz esteja presente, peça para Deus orientação e ajuda, pois Ele é o único que pode te ajudar.

Quanto ao meu novo projeto, ele esperará até o fim desse ano, mas está tudo encaminhado, assim que tiver mais novidades eu volto a falar dele...

Fiquem com Deus...
jp

Novidades no Primo


Bem! Desde o dia 10/08 que o Primo Basílio é tem suas visitas monitoradas, ou seja, quem visitá-lo, deixará registrado dados do computador como a resolução de tela, versão do explorer, sistema operacional, como chegou até o Primo, sistema operacional entre outros.
O dispositivo está no fim da página, no final do primeiro post, os dados estão a disposição de todos que clicarem no ícone.
Esse serviço espião foi instalado por Gustavo. Esse mesmo mecanismo, foi responsável pela saída do Gravidinho da internet. Mas como Gustavo disse, Gravidinho tem a perder o Primo Basílio - ainda não.
Espero que meus ilustres visitantes não se sintam vigiados.
abraços
jp

29.7.06

Oh! Que saudade...


Recebi pela milésima vez, um e-mail que fala da década de oitenta, mas esse últimos que eu li, falava do vídeo game Atari.
O Atari original era caro, mas tinhámos o CCE Supergame que aceitava os mesmos cartuchos.
Para matar a saudade, procurei feito desesperado na net durante uma semana algum site que baixasse os jogos do Atari. Minha alegria quando encontrei foi tão grande, que nem salvei a página para os saudosistas como eu, jogarem também.
A diferença é estúpida, se compararmos com o Playstation. Essa comparação foi feita por Maurício de Souza quando Xaveco foi passar o fim de semana na casa do pai e viu um controle de um botão só.

Pois é, os gráficos são horrorosos, você não sabe se é um cachorro, uma pessoa, uma nave... mas tem jogos inesquecíveis como River Raid, Enduro, Sea Quest, Pac Man, Megamania, Frostibs entre outros.

Mas a minha maior alegria foi quando abrir sem querer um dos jogos e era o "Carnival". Esse jogo era a alegria da minha casa. Pois tinha um patinho que comia a bala da gente e Mercês batizou o jogo de “Jogo do Pato Fu...”.

Etá tempo bom! Mas graças a deus que ele não volta mais...
abraços

jp

13.7.06

Saudade de Cid Moreira? “Fala Sério!”

Quando eu era pequeno, tinha medo de muitas coisas, entre Freddy Krugger, Jason, Alien, jumbis, bicho papão, vampiros e outras coisas do gênero. Mas minha mãe sempre dizia que eles na existiam, que era ficção. Aí eu ficava com medo, mas acreditava em minha mãe.
Mas tinha uma trilha sonora que era arrepiante e até minha mãe chamava por Deus quando era tocava na tv. Essa musiquinha era conhecidíssima e ao contrario do filmes de terror, que só passavam depois das 22hs, ela poderia tocar a qualquer momento e vinha sempre acompanhada da voz sinistra de Cid Moreira dizendo: “O PLANTÃO DO JORNAL NACIONAL INFORMA”.
Lembro-me que teve uma época, que o que mais aparecia era incêndios. Mas o nome deste informativo deveria ser “O PLANTÃO DO OBITUÁRIO NACIONAL”, pois ele informava todo mundo que morria, como foi o caso Lauro Corona, Cazuza, Clara Nunes, Nara Leão, Pedro Gil, Zacarias, Yara Amaral, Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Tancredo Neves, entre muitos outros que fazem muita falta.
Mas o saudosista aqui, sente falta de Cid Moreira no Plantão do JN, pois naquela época a mídia tinha mais respeito e carinho pelos artistas dessa terra e não só. Pois de imediato a programação mudava e como se já estivesse esperando o falecimento da pessoa, aí a gente via o quanto aquele cantor, aquela atriz, aquela pessoa foi importante para a construção de uma pátria recém saída da ditadura militar.
A copa do mundo, fez com que a morte de Bussunda passasse quase despercebida. Nem foi a emissora que ele trabalhava foi a primeira a noticiar. Se fosse no tempo de Cid Moreira, aposto que seria completamente diferente, teria mais carinho, mais sentimento.

Outra coisa que acontece, que me deixa muito triste é ver como cidadãos brasileiros viram estatísticas de obituário nos jornais. No tempo de Cid, esses policiais assassinados teriam uma materiazinha no JN falando da vida deles, mostrando que uma família ficou sem pai, uma mãe perdeu um filho, que a esposa perdeu um marido, que a vizinhança e amigos dessas pessoas estão sentindo uma das piores dores – A Perda.

O que podemos fazer para melhorar isso? Pode começar dizendo para aqueles que estão pertos o quanto você o ama. Será um bom começo.

jp&ea

10.7.06

Meu novo oftalmologista

Hoje acordei com o barulho irritante da marreta na parede perto do meu quarto. Quando levantei para ver o que estava se passando ás 6:30 da manhã, vi meu pai com mais três senhores dizen- do que a casa estava caindo e que tinha que fazer a reforma.
Até aí tudo bem, mas precisava começar logo as 6:30? É que o pedreiro responsável pela reforma tem uma religião que não pode trabalhar em determinados horários. Pra mim isso só existia no candomblé, mas tudo bem.

Esse senhor, olhou para mim e disse: “você está diferente, está faltando alguma coisa em você”. Eu já retado por ter sido acordado da pior maneira, respondi: “É que eu estou sem os óculos, eles quebraram”. Pra quê eu fui falar isso?

O homem passou o dia todo testando a minha visão, o que eu enxergava ou deixava de enxergar sem os óculos, pois segundo ele, meus óculos possuem muitos “degraus”.

Esse meu novo oftalmologista fez várias perguntas, desde o café da manhã até a hora que eu fui tomar banho as cinco da tarde, ainda pensei que ele fosse entrar no banheiro comigo. Ele pedia para eu pegar as ferramentas, para ver se eu estava vendo: “João, pegue aí a pá”. Pó! Não ver a pá é ser cego!

Aí para ele deixar de me pedir as coisas, passei a dizer que a parede estava torta, que a massa não estava boa... Ele viu que eu estava vendo demais os erros dele e me dispensou.

Pois é! Ele me dispensou, mas veio atrás de mim para fiscalizar meu trabalho no computador. Ele me perguntou se eu via alguma letra no teclado, eu disse que não, aí ele resolveu ver como é que eu iria digitar.

Quando ele viu que eu em nenhum momento eu estava olhando para o teclado, ele disse: ”Você é mentiroso, se faz de ceguinho e está vendo as letrinhas aí...”. Na hora que eu iria dá uma de Seu Climério e dizer que ceguinho é a “... que pariu” ele, meu pai apareceu e explicou essa “mágica” que viciados em teclados sabem fazer.

Pois é gente. Infelizmente, essa obra aqui em casa vai durar mais dois dias. Vamos ver o que temos para amanhã.
Abraços
jp

7.7.06

Falando de música

Estava visitando um dos blogs favoritos, o Memória Musical, do meu querido amigo, Cassiano Scherner – ele foi meu professor na faculdade e sem dúvida que foi o melhor, pois utilizou a amizade e não a autoridade para adquirir respeito, pena que aqui na Bahia, as pessoas só sabem ter medo e é por isso, que o Coronelismo ainda é a melhor forma de governo.

Bem! Voltando ao “Memória Musical”, passear por ele me faz lembrar a minha infância, mas ao contrário de Cassiano que é um “memorialista”, eu sou um “saudosista” (a diferença é que ele só se recorda e eu queria que o tempo voltasse), pois “Eu me lembro com saudade o tempo que passou, o tempo passa tão depressa mas em mim deixou, jovens tardes de domingo, tantas alegrias velhos tempos, belos dias...”.

Hoje, estava me deliciando com o texto “Um grupo musical que não come mosca – Parte I”, pois nomes como Marcos Valle, Ronaldo Bôscoli, Hyldon, Clara Nunes, Belchior, João Nogueira, Odair José, Raul Seixas, Erlon Chaves e Tim Maia são mais que familiares, tanto para meus ouvidos quanto para minha literatura.

O ponto mais emocionante para mim foi quando Cassiano sugere “escutar a música-tema do filme “Bye-Brasil” de Cacá Diegues ... cantada por Chico Buarque”. Além do sogro de Carlinhos Brown ser meu compositor preferido, “Bye, Bye Brasil”, toca a fundo todos aqueles que um dia teve quer sair do Brasil.

Outro dia, estava assistindo o “Boa noite Brasil” e em uma das brincadeiras com música, os participantes tinha que ouvir e reconhecer a voz de quem estava cantando. E somente Gretche reconheceu a voz de Dick Farney e Agostinho dos Santos, (que estão na trilha sonora da minissérie JK).

Hoje, eu fico triste em ver por todo canto – até na minha lista do msn – tudo quanto é banda que se diz “de pagode”. Pagode pra mim, quem faz é Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho,Jorge Aragão, Fundo de Quintal, Originais do Samba, entres outros. Isso que aqui toca, utiliza quase sempre a mesma introdução, a mesma melodia e o mesmo esquema rimático de sete palavras tônicas e eu nem quero falar das letras. Que pobreza!

Tudo bem, gosto não se discute, mas existe gosto, mau gosto e desgosto. Qual banda de ‘pagode’ que tem mais publico do que Djavan? Qual deles tocarão algum dia no Olimpya de Paris como Originais do Samba?

Pra falar a verdade, quando escuto uma dessas bandas tocando, lembro-me imediatamente, da música de Adelino Moreira que ficou imortalizada na voz de Nelson Gonçalves: “seresta moderna não tem poesia... um gaiato cantando sem voz, um samba sem graça, desafinado que só vendo e as meninas de copo na mão fingindo entender mas na verdade, nada entendendo...”

Resta-me recordar “daquelas tardes de guitarras, sonhos e emoções” com a Blitz, de Evandro Mesquita, agradecer a Cassiano pelo seu blog e como Adelino, termino esse meu texto também amargurado por ver a música ser tratada assim.
jp

4.7.06

A vida de um espírita

Ser espírita não é fácil, principalmente aqui na miscelânea baiana.

Aqui todo mundo tem medo de quem é espírita. Evangélico, testemunhas de Jeóva, "candomblezeiro" e CIA LTDA.

Meu pai é católico, ele colocou uma faixa escrito: "SOU CATÓLICO", para evitar aquele terrível: "OH DE CASA", aos domingos de manhã. Mas depois fui ver, que esse "OH DE CASA" acabou não por ele ser católico, mas sim por ele ter um filho espírita.

Teve uma vizinha que um dia me perguntou qual era a minha religião. Normalmente eu respondo com uma frase de Gandhi - "Minha religião é um assunto particular que só diz respeito a mim e ao Criador" – Mas não poderia dar essa "dura" na criatura...

Aí disse que não tinha religião (“serviço ou culto a Deus, expresso por meio de ritos, preces e observância do que se considera mandamento divino, que possui um sistema dogmático e moral além de veneração às coisas sagradas”), mas que era espírita – pois espiritismo (doutrina filosófica de conseqüências físicas e morais), só é religião no Brasil – pois não fazemos cultos, não temos ritos nem objetos de veneração como os católicos por exemplo.

A criatura me olhou com uma pena e disse: “oh meu filho, você uma pessoa tão educada e é espírita, sua mãe sabe disso?”. E sem entender ainda a ligação de educação com espiritismo, respondi que minha mãe também é espírita. A cara deixou de ser de pena para ser de decepção, ela só faltou dizer: “uma senhora tão distinta se prestar a uma coisa dessas”.

Tirando isso, vem os curiosos: “você fala com espírito?”. Falar eu até que falo, eles me responderem, são outros 500. Outra pergunta que me fazem muito. “EU TENHO ESPÍRITO?” e eu digo “Não, você não tem espírito, você tem um corpo”. E quando tenho que decifrar os sonhos??? “Sonhei com meu pai que morreu, ele me deu um recado, mas não me lembro, você sabe o que ele queria me dizer?”.

E quando morrem alguém aqui por perto? Depois da minha monografia, ganhei cadeira cativa nos ônibus. Aí me aparece um pedindo para que eu diga palavras bonitas como de Chico Xavier. Aparece outro perguntando: “Fulano (o defunto) ele tá onde agora, ele está aqui vendo o enterro dele? Quando eu morrer eu vou vim ver meu enterro”.

Mas o mais irritante é quando me aparece pessoas de outras religiões que vem diretamente a mim tentando me convencer com um discurso filha da mãe. “você sabia que nos centros espíritas tem muito viado e sapatona?”. E o que tem de mal em homossexualismo? “Você acha certo ter a pessoa que bebem e usam drogas nos centros?”. Eu não bebo nem fumo e acho errado, todos que fazem isso não importa onde.
Pois é! Quem tiver querendo saber um pouco mais sobre espiritismo, leia o “O evangelho, segundo o espiritismo” de Allan Kardec. Também aconselho a visitarem o site da Mansão do Caminho do meu querido Divaldo Franco.

3.7.06

Onde você estava quando o Brasil perdeu?


Essa é a pergunta que todo mundo faz. Eu estava na casa da minha irmã com ela e Laura (essa torcedorazinha aí). E sinceramente, já estava de saco cheio da “metidez” da torcida brasileira na Alemanha.

Mas meu coração já esperava o pior, pois tinha visto a Argentina e Espanha serem eliminadas da copa e sabia que coisa boa não estava por vir.

Quando o jogo terminou, fiquei pensando nas coisas boas que iriam me acontecer, como poder dormir sossegado, sem fogos para me acordar. Sem ter que ouvir a voz de Galvão Bueno sendo ecoada por todo canto pedindo a energia boa do Olodum (se tivéssemos energia boa para futebol por aqui, o Bahia e o Vitória não estaria na terceira divisão) e além disso, acabavam esses falsos feriados durantes os jogos.

Só fui sentir o sabor da derrota quando cheguei em casa. Vi as bandeirolas verde e amarela que enfeitavam as ruas sendo queimadas; vi comerciantes perguntando o que iriam fazer com tantas camisetas das cores nacionais; vi crianças chorando por verem, pela primeira, vez seus ídolos eliminados e idosos por temerem não ver mais o seu pais ser campeão; vi jovens soltando fogos com expressão de revolta no rosto; vi os empregados de bares, restaurantes, domésticos comentando que acabaram as folgas... Foram esses brasileiros que me fizeram chorar. Aí sim, doeu o coração...

Mas essa copa, me deixou muito feliz, pois vi que meu povo tem sentimento, vi o povo sabe exigir mudanças, sabe demonstrar insatisfação e pela primeira vez, não vi a cerveja fazer ninguém esquecer o que aconteceu. Já imaginou se conduzíssimos essa vontade de mudança para a política? Qual o político que aguentaria o que Parreira aguentou? Pois é, o nosso país seria outro e aí poderíamos ou poderemos cantar: “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor...”.
jp

30.6.06

Não é força de vontade mas sim, cara-de-pau

Têm dias que eu gosto de ficar pensando no que eu faço, aí chego em casa e fico na cama lembrando as minhas "artes".
Às vezes, me assusto com a qualidade da madeira de que é feita o meu rosto - tenho quase certeza que é de massaranduba. Até meu pai quando chega do mercado, já traz além do meu chocolate e dos meus biscoitos de morango, óleo de peroba, invés do barbeador.
Adoraria falar aqui das coisas que me tacharam como cara-de-pau, mas algumas dessas “artes” (para não dizer quase todas) foram feitas em órgãos públicos a fim de realizar trabalhos da faculdade e isso pode me levar a responder processo e próximo ao Fórum Rui Barbosa não nenhum cemitério para pegar carona....
Eu era uma pessoa extremamente tímida, não tinha coragem de abrir a boca pra nada. Até que fui parar em jornalismo e não dá para ser jornalista, sem ser cara de pau. Mas ser cara-de-pau, faz com que a se abram muitas portas para a gente, pois se ficarmos em casa enclausurados, ninguém vai saber que a gente precisa de emprego, trabalho, estudo, namorada...
Em entrevista de emprego por exemplo, quando vou fazer alguma, procuro imaginar tudo quanto é coisas que me possam perguntar, para que eu possa responder da maneira mais natural possível.
Teve uma vez, que fui fazer uma entrevista e o “psico-sei-lá-que-zorra” começou a perguntar quais os programas de computador eu tinha domínio. Na época, eu mal sabia abrir o Word, mas pensei rápido: “poxa vou perder o emprego porque não sei trabalhar com os programas do Adobe? Não!”. Então respondi: “Eu sei trabalhar com Page Maker e Photoshop”.
Nunca tinha visto nenhum dos dois, mas tinha sido aprovado para a próxima fase da seleção e tinha que mostrar que realmente sabia lidar com os programas. Meu amigo, foi um desespero para conseguir pegar esses dois programas, para instalar no meu computador e começar a abelhudar para ver como funcionavam. No fim, fui selecionado para trabalhar na empresa, mas eles pagavam menos que um salário mínimo, aí não tem “espírita” que agüente.
Mas “o segredo do meu sucesso”, está em ouvir o que os mais velho falam depois daquela conhecidíssima frase: “se eu tivesse a sua idade hoje...”. Aí, eu reflito e na maioria das vezes eu meto a cara. Pois, com um pouquinho de humildade e um sorriso no rosto a gente vai longe.
abraços
jp

23.6.06

Jesus tinha terreiro na Roma Negra


Hoje acordei com um recado de Ed Bala, dizendo que a banda dele tocará no Terreiro de Jesus. Fiquei pensando: “o único terreiro que conheço é do Ala Ketu, o de Jesus não sei onde fica não”.
Não sei se foi por causa do sono ou dou calmante que tomei ontem, que a ficha demorou pra cair. Aí como sempre, cair na risada. E pensei na frase de Octavio Mangabeira (governador da Bahia de 1946-50): “Pense no impossível... acontece na Bahia”. Pois é! Aqui na Bahia, ou melhor, na capital baiana – A Roma Negra – até Jesus tem terreiro.
O Terreiro de Jesus, fica colado ao Pelourinho e é nesse terreiro ("espaço de terra livre, grande e aplainado"), que fica a Catedral Basílica de Salvador e as Igrejas de São Francisco, São Domingos e (salvo erro) a de Nossa Senhora do Carmo.
O mais interessante, é que nunca vi nenhum protestante, católico, espírita ou evangélico reclamar do nome, pelo contrário, no carnaval vai todo mundo para lá com um bloco, uns pedindo paz, outros pedindo para acabar com essa festa profana e outros como eu, que adora ouvir os atabaques e ver a “negrada que faz o astral da avenida”, a desculpa é diferente, mas está todo mundo lá.
Se alguém ainda se lembra da frase de Octavio Mangabeira, que tem mais de 5 décadas, provavelmente se lembra de que há 5 meses, o nosso querido Padre Pinto rodou a baiana.
O Terreiro de Jesus é mais antigo que o Padre Pinto, se Jesus pode ter terreiro, por que o Padre Pinto não pode ter?Se bem que o caso do Padre Pinto é diferente. Leandro Colling, no Olho Queer ao citar, Antonio Risério, afirma que “a novidade do padre Pinto, portanto, esteve em juntar as duas coisas, veadagem e candomblé, dentro da igreja, em performance explicitamente carnavalesca, numa sociedade midiática. Sucesso imediato, explosivo e total. Daí a campanha atual dos internautas baianos: ‘Padre Pinto Para Papa’.”.
Sei que aqui na Bahia existe uma enorme miscelânea religiosa. Miscelânea mesmo, não é sincretismos não. Pois no Cadomblé, Jesus é Oxalá, mas se divide em Oxalufã e Oxoguian e esses dois existiram na África (não sei a época, mas sei que existiram mesmo). Então não podem ser a mesma pessoa com nome diferente. Se bem que pode sim, aí a gente já coloca a doutrina de Allan Kardec – espiritismo – no meio, para dizer que um é a encarnação do outro.
E nesse balaio de gato, ainda temos os costumes de um na religião do outro. O que tem de católicos que não acreditam em ressurreição mas sim em reencarnação, não é brincadeira. Ou então, o cara fala que é evangélico e quando diz “Deus é mais” faz o ato tipicamente do Candomblé – BATE NA MADEIRA TRÊS VEZES. Sem falar dos pastores que colocam um copo d’água na mesa, que nem nos centros espíritas. E quem é que aqui na Bahia (que não tenha problemas com azeite de dendê) resiste á um bom acarajé? Comida genuinamente africana.
Com isso tudo eu já nem sei quem é que eu sou. Quem souber, deixe um comentário, que eu ficarei eternamente grato.
jp

21.6.06

Monografia, carona e enterro

Meu queridís- simo amigo Gustavo pe- diu para con- tar o que fiz para econo- mizar dinheiro de transpor-te, para fa- zer a mono.
Todo mundo sabe, que o tema da minha monografia foi a História do Fotojornalismo em Salvador de 1930 á 2000. Além de entrevistar fotógrafos renomados na capital baiana, tive que ir a bibliotecas, no instituto histórico e no Arquivo Público da Bahia.

As bibliotecas e o Instituto Histórico ficam a caminho da faculdade, quase todos os ônibus que passam na porta da casa da minha avó passam por lá. O problema foi o Arquivo Público da Bahia – APB.

Só sei ir para o APB de carro – dez reais de gasolina é de lenha o bolso de qualquer estudante – e não tem ônibus direto da casa da minha avó ou da casa do meu pai que passe perto de lá. Tinha que andar quase dois quilômetros e pegar dois ônibus.

Chegava lá suado, cansado e para piorar a minha situação, perdi o meu cartão de meia passagem, eu tinha que pagar inteira.

O APB fica localizado no Bairro da Baixa de Quintas, na antiga residência do padre Antônio Vieira. Esse bairro é conhecido por ser onde Acelino Popó nasceu e á 300 metros de lá, fica uma espécie de complexos de cemitérios, cinco no total (Ordem Terceira de São Francisco, Ordem Terceira do Carmo, Quinta de São Lázaro; Cemitério Israelita e Santíssimo Sacramento).

Uma bela segunda-feira, eu fui para casa de um amigo – Bob Grilo – que mora na rua atrás da minha, para desmarcamos o que iríamos fazer naquela manhã, porque tinha que ir para o APB.

Quando cheguei na rua dele tinha gente como a zorra, incluindo ele. Eu perguntei: “O que houve Bob?”. E ele respondeu: “Um vizinho nosso que morreu e estamos esperando o ônibus para levar a gente para o enterro”.

Naquela hora passou um flash back na minha cabeça (vou andar uns 1200 metros até a Baixa do Fiscal, atravessar a linha do trem, pegar dois ônibus pra ir, mais dois pra voltar, vou gastar seis reais, vou ficar no ponto esperando, vou chegar suado...).

Eu pensei: “sabe de uma? Eu vou é no buzu do enterro, (o assento é acolchoado e ainda tem ar condincionado), falo com o pessoal lá no cemitério, desço correndo para o APB, faço que tenho que fazer e volto para pegar a extrema unção”.

Então eu fui! Quando cheguei lá, não sabia nem quem tinha morrido. Falei com um, falei com outro, vi o pessoal chorando dizendo que o finado era uma boa pessoa e sair para tomar (ou comer) água. Eu fiz o mesmo – vou ali beber água e volto.

Beber água nada! Desci correndo a ladeira e fui no APB fazer as minhas pesquisas e tirar as fotografias. Só que a primeira vez demorou um pouco, pois tive que pedir autorização da diretora de lá.

Mas Deus - como sempre - me ajudou e nesse dia o funeral atrasou como quê, só tinha um padre para encomendar as almas ele ainda estava com dor de barriga. Então eu fiz o que tinha que fazer e ainda deu tempo para voltar e ajudar a carrega o caixão (pesado como a porra) debaixo de chuva – era o mínimo que podia fazer pela carona que peguei.

Na segunda-feira seguinte, outro enterro. Pôxa! Eu não pedi para ninguém morrer, eu pedi que Deus me desse outra boleia, pegar carona não é pecado. Foram seis enterros. Não conhecia nem de nome nenhum dos desencarnados, mas o pessoal conhecia o meu pai e eu dizia: “meu pai não pôde vim e me mandou no lugar dele”.

Só sei que economizei 36 reais e a minha monografia foi aprovada.

Um abração
jp

19.6.06

Elogios ou críticas???

Ultimamente tenho sido adjetivado – pois não sei se estão me elogiando ou esculhambando – com palavras pouco simpáticas como: inconseqüente (“Contrário ao que naturalmente se devia seguir”) e mercenário (“individuo que trabalha por soldo ajustado ou somente por interesse no pagamento) passional (“Motivado pela paixão, especialmente amorosa”), autoritário (que se impõe pela autoridade) e outras mais.

A vontade que tive, foi de perguntar se essas pessoas sabem o que realmente estão dizendo, mas fiquei com medo de ser chamado de prepotente. É que minha dúvida, é se essas palavras que me foram dirigidas são elogios ou críticas.

Se soubéssemos o que naturalmente se deve seguir o mundo seria outra, mas
Vinicius de Moraes disse que “ninguém vai me dizer que tem” que seguir “sem provar muito bem provado, com certidão passada em cartório do céu e assinado embaixo: Deus. E com firma reconhecida”.

Se no mundo não houvesse inconseqüentes, estaríamos andando de carroça e ainda não teríamos chegado na era do rádio.

Me responda aí? Quem nesse mundo trabalha de graça? Todo mundo que eu conheço não move uma palha sem saber o que vão ganhar com isso. E eu, que trabalho como voluntário em ONG que sou mercenário. Mas eu ainda quero ser mercenário, pois uma pessoa que ganha pelo seu trabalho é uma pessoa valorizada.

Passional e autoritário, um eu já sou e outro eu quero ser. Pois tudo o que eu faço é por amor, para não correr o risco de ficar esperando algo em troca. E ainda não sou autoridade (pessoa tida como mestre em um assunto) para ser autoritário.

Talvez, eu esteja sendo inconseqüente, por levar estas palavras para o lado mais simpático. Mas isso eu aprendi com uma história que Divaldo Franco contou.
Ele contou que quando era mais novo, um grupo de rapazes perto do trabalho dele gostava de chamar as mulheres que passavam por lá de sereias, tainhas, salmão e outros peixes bonitos e saborosos. Até que uma mocinha com aspecto menos bonito, passou por eles para saber o que eles acharam dela. Quando ela passou por eles foi chamada de bacalhau. Ela voltou feliz da vida com a comparação. Divaldo então perguntou: “eles te chamaram de bacalhau e você fica contente?” . A moça respondeu : “Bacalhau também não é peixe?”.

As palavras possuem forças, que levantam ou derrubam qualquer um, mas tudo depende de como a gente absorve cada uma delas.

Ah! E obrigado pelos elogios.

jp

23.3.06

Sou Filho de José, de Maria e irmão de Jesus - Sou JOÃO


Esses são meus pais...

Sentia uma pequena tristeza em não ter uma foto com os dois juntos.

Quando a minha mãe esteve aqui no começo do ano, pensei em pedir isso para eles, mas tive medo da reação. E um belo dia, ela mesmo disse, vou lá na casa do seu pai falar com ele e a foto surgiu.

Dá para ver pela cara do seu Batista, que ele detesta tirar fotos, né? Mas é uma pessoa extremamente maravilhosa. Já dona Mercês, adora ser fotografada.

Uma das coisas que agradeço a Deus é por ele ter me dado o prazer de encarnar como filho desses dois. Não tenho dúvida que eles são os melhores pais do mundo...
Não estou de forma alguma dizendo que eles não possuem defeitos ou que são santos. O que quero dizer que muito do que eu sou é resultado da criação que eles me deram.

Meu pai é um homem muito sério – até tomar uma cervejinha. Tenta sempre ver os dois lados de qualquer situação, tem uma paciência enorme – principalmente comigo – adora ler, é apaixonado pela história do Brasil e não consegue dizer não para quem realmente precisa dele.

A melhor coisa que aprendi com o meu pai, foi respeitar o próximo, seja ele quem for – policial, ladrão, viciados, homo, hetero ou bissexual, negro, branco, pobre, rico, católico, espírita, evangélico... – pois não temos direito de julgar o comportamento de ninguém.

E uma qualidade surpreendente que ele possui (e que eu ainda não tenho) é de perdoar e esquecer os males que lhe fazem. Ainda estou aprendendo, mas com a ajuda dele e de Deus eu chego lá.

Quanto a Mercês, ela não é uma mãe, é uma super-amiga que está sempre em contato da Liga da Justiça para saber como estou.

Minha mãe parece que nasceu para brincar, brinca o tempo todo, perturba Deus e o mundo. Faz molequeira de tudo. Acho tão belo a visão que ela tem da Terra, que as vezes eu acho que estou no paraíso.

Por causa desses dois que eu amo muito, me entrego muito e deixo tudo de ruim para trás.
Amo vocês
jp

Nova apresentação


O Primo Basílio está de volta!
A idéia original de escrever um blog ainda continua, mas o meu olhar pelas coisas que me rodeia mudou um pouco.
Passei a ser mais exigente em muitas coisas e um pouco mais tolerante para outras... O que talvez mude a minha maneira de escrever...
O ponto de vista também mudou. Antes, escrevia como estudante de jornalismo e hoje escrevo como João, sem medo de ficar em cima do muro, mas com o mesmo cuidado em não ofender ninguém.

27.1.06

O tempo parou em 31 de Dezembro


"Eu vi uma mulher preparando outra pessoa, O tempo parou para eu olhar para aquela barriga... O tempo não para, mas no entanto ele nunca envelhece..." Foi esta música, ou melhor, foi a interpretação desta que passou pela minha cabeça depois que ouvir Gustavo anunciar que estava esperando juntamente com Paty um bebê.

Na hora que fiquei sabendo disto, a minha mente fez uma retrospectiva "relâmpago" da minha vida com Patrícia.
- Vou levar minha cruz ao calvário - disse sr. Vivaldo
- Quem é a sua cruz meu avô? - perguntou Paty
- É todos vocês - respondeu sr. Vivaldo
- Eu também tenho minha cruz... - afirma Paty
- Quem é sua cruz minha filha? - indaga Vivaldo
- È Joãozinho...

Realmente eu fui e acho que ainda sou a cruz de Paty. Porque até quando ela voltou a morar em Salvador, vim "atrás" dela. Ela que me ensinou a comer com talheres (por conseqüência disso como com canhoto); me ensinou a escrever algumas palavras; me ensinou a gostar de MPB; de escrever; a pegar ônibus; a comprar o antigo passe escolar na Calçada; me ensinou também ser delicado, paciente e amoroso com as futuras namoradas que teria. A idéia de fazer vestibular para jornalismo foi dela....

Esta lista poderia se prolongar por mais uma, duas, três ou mais laudas, talvez não tenha nem fim, porque até hoje, continuo aprendendo com Paty. O carinho e a atenção que ela tem comigo é surpreendente. Ela se mete e intromete na minha vida mais que nossa mãe, Mercês. Paty defende-me o tempo todo.

É visível a raiva no seu olhar quando ela fica sabem que alguém me fez algo desagradável. Paty, ela não gosta de "Paty" com "y", prefere o "Pati" com "i". Mas Pati não existe mais, ela casou com Gustavo e passou a ser chamada de Papati.

Essa Papati não tem muito a ver com Pati. Ela amadureceu muito, tornou-se mais responsável, mostrou a todos o Tamanho da força de vontade que tem dentro dela, quando entrou na UFBA. E segundo Gustavo, ela agora ta até cozinhando direitinho.

A Pati que não queria que Mercês em setembro de 1978 me levasse do hospital de Brotas para casa; A Pati que me chamou de cruz; A Pati que batizou Lorena comigo; Pati com quem eu brinquei, briguei, discutir, beijei, abusei, perturbei, pirracei, gritei, ajudei, atrapalhei, chorei, me desabafei... tem agora quase trinta anos e vai ser mãe.

Mãe, MÃE, MAMÃE. Pati vai ser mãe, desculpem, PAPATI vai ser mãe, vai dá uma linda criança sadia, para Gustavo, vai dá o primeiro neto para Mercês, mais um neto para seu Zeca, o primeiro Bisneto para Dos Anjos e Vivaldo, vai me dá um sobrinho... Resumindo, Dona Inês vai ter mais um girassol no seu jardim que irá alegrar duas famílias.

Naquele momento, vi Daniel (o irmão de Gustavo) brincando com seus primos. Tinha crianças de varias idades. Daniel deve ter uns catorze anos, tinha mais duas garotinhas com cerca de dez, onze anos. Tinha também dois lindos bebês e um lindo casalzinho que me fez recordar a minha infância com a antiga Pati.

Aí minha cabeça começou a comparar a diferença de idade com as crianças de Dona Inês, com a diferença de idade dos meus tios para comigo. Não é que eu me lembre de onde eu estava quando tinha dez meses ou dez anos. Mas quando eu tinha dez meses, Toninho devia está na faculdade de odontologia e hoje eu estou com vinte e cinco anos e ele com quarenta e seis (ele formado e eu na faculdade).

Quando nasci Mercês tinha vinte e sete anos, hoje ela está com cinqüenta e dois, Papati hoje tem vinte e oito... Desta maneira comparei a minha idade agora, com a idade dos meus tios quando eu tinha a idade das crianças que ilustravam o reveillon da casa de D. Inês.

Aí me bateu uma vontade de chorar, primeiro por causa de ver Papati chorando, depois por ver os olhos da platéia feminina cheios de lagrimas e também, pela emoção de saber que vou ser tio (tio eu já sou, mas dessa vez vou ser tio do neto da minha mãe e serei um tio presente).

"O tempo não pára", cazuza disse isso há quase vinte anos e antes disso, Caetano afirmou que "o tempo não pára e, no entanto ele nunca envelhece". Verdadeira mentira. Não é possível ter pensado, repensado, meditado, imaginado tanta coisa em segundos.

Mas realmente o tempo não envelhece, nós é que envelhecemos. Qualquer um pode me chamar de lerdo, abestalhado ou qualquer outro adjetivo sinônimo a estes, mas só agora que vi que não somos mais crianças.

Agora temos que ter responsabilidade, construir nossas famílias, crescer intelectualmente e culturalmente, construir a base para sermos grandes pessoas, pessoas de bem. Eh! 2003 acabou, isso quer dizer que todos nós temos agora mais um ano para enfrentar, que estamos ficando mais velhos.

A idéia de envelhecer não me preocupar pelo fato de conciliar a velhice a morte, (porque na escola, aprendemos que o circulo da vida é nascer, crescer, procriar, envelhecer, morrer e durante toda a vida, se alimentar). Cientificamente isto está correto. Porém esquecemos de algo que está na nossa cara, podemos abandonar a vida terrestre a qualquer momento, é claro que queremos que isso seja mais tarde possível.

Mas quero lembrar que no Japão, vinte dois mil japoneses têm mais que cem anos de vida). Mas sim por ver que passamos por mais uma fase da vida e ter refletido e visto que desperdicei muito tempo. Poderia ter estudado mais, viajado mais, namorado mais, beijado mais... sabem aquela música dos Titãs? Epitáfio? É mais ou menos isso que eu quero fazer este ano.

Porque este ano eu vou ganhar um presentão de Gu e Papati, e quero ser o melhor tio para o Dom Pedro (eh, se César tem o Rei ARTUR, tem que tem IMPERADOR Dom Pedro) ou Laura, ou quem sabe, para os dois. Eu espero que esse bebê de Paty nasça com muita saúde, não importa de que sexo - mas Paty, Mercês e Deus sabem a minha preferência por menina. Sei que ser o melhor tio vai ser difícil, porque tenho na concorrência Aquino, Davi, César, Henrique, Murilo e Silvio.

Ainda bem que não concorro a melhor tia, pois disputar com Itana é impossível. A noite terminou com a imagem do velho Tanajura na minha mente. Não aquela imagem pintada na sala da casa de Dona Inês, mas a imagem real do seu olhar carinhoso e singelo, transmitindo paz, alegria e harmonia para todos os presentes daquele dia.

Aí, pude dormir em paz, porque pelo menos ele, eu tenho certeza que me entendeu...
jp

P.S (O original desse texto foi escrito no dia 31/12/03, ele foi corrigido 28/12/2005, parágrafos, personagens e algumas histórias foram excluída dele por causa da desatualização).