21.11.07

Novidades...

Estou me organizando para voltar a postar aqui no "Primo"... A novidade mesmo é o Diário de um Espírita...
abração
jp

30.3.07

Brasil: Casa da Mãe Joana

Domingo de manhã estava conversando com Joselito Crispim (coordenador geral do Bagunçaço) sobre a colonização portuguesa. O Brasil por ser uma terra rica, foi sempre a caderneta de poupança do reino Lusitano. Qualquer problema financeiro que Portugal tivesse, mandava uma esquadra para o Brasil para pegar ouro e tudo o que fosse necessário. Mas para que os navios não fizessem a viagem de vinda de graça, o reino português aproveitava e mandava os criminosos para cá.

Aí aqui virou um verdadeiro “bacanal”, onde tudo era possível, (desde que os navios voltassem com o ouro para o rei pagar as dívidas). “todo mundo comendo, todo mundo, Índio comendo branco, branco comendo negro, negro comendo índio, índio comendo negro, branco comendo índio...”

Essa herança, nós trazemos até hoje. Ninguém vai para os Estado Unidos para fazer turismo sexual com as jovens afro-americanas. Ninguém vai para Suécia pegar as meninas pobres dos bairros periféricos de Estocolmo.

Junto a isso, vem a burrice do povo em não saber escolher seus representantes e colocam pessoas extremamente despreparadas para assumir cargos elegíveis. Como o caso do vereador Agnaldo Timóteo, que teve o orgulho em falar besteira em rede nacional: “não vejo nada demais no turista gostar de uma garota de 16 anos e ir para o motel com ela”.

Será que esse senhor não sabe distinguir liberdade sexual de turismo sexual? Uma garota de 16 anos pode fazer amor com quem ela quiser, mas temos o dever de proteger qualquer criança ou adolescente de turismo sexual. Onde uns idiotas vêem para o Brasil apenas para ter sexo em trocas de alguns centavos para eles.

Será que esse senhor sabe que em paises Europeus, ter relação sexual com menores é considerado pedofilia e nestes paises pedofilia é crime e não uma doença como é considerada na Brasil? Vai Timóteo jogar um papel de bala no chão na Suíça pra ver o que acontece!

Mas aqui se pode tudo que ninguém faz nada. ERRADO! Será que ele não sabe que iludir ou agir de má fé fere o Código Civil e o Penal Brasileiro?

Mas vamos da-lhe um desconto, ele é cantor. Não sei nem o que ele canta, mas deve ser um cantor romântico-utópico, em que ele acredita que um cara vem da Europa, conhece uma menina pobre das favelas brasileiras, se encanta e casa com ela e viverão felizes para o resto da vida. Fala sério! Aqui não é novela mexicana não! É realidade, outra realidade, a triste realidade da mulher brasileira ser considerada objeto sexual.

19.2.07

Carnaval III (Retalho de Cetim)


"Ensaiei meu samba o ano inteiro,
Comprei surdo e tamborim.
Gastei tudo em fantasia,
Era tudo o que eu queria.
E ela jurou desfilar pra mim,
A Mangueira estava tão bonita.
Era tudo o que eu queria ver,
Em retalhos de cetim.
Eu dormi o ano inteiro,
E ela jurou desfilar pra mim.
Mas chegou o carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a ESCOLA,
que eu tanto amei".
Mas uma triste notícia carnavalesca, Beth Carvalho foi proibida de subi em um dos carros da verde-rosa e foi expulsa da Sapucaí... é mole ou quer mais?
jp

Carnaval II (Luto)


Tem coisas que nos toca e algumas delas, sem explicação,´(se é que nesse caso precisa de explicação).

Na noite de sábado de carnaval, Cintia, vocalista da banda Doce Desejo, caiu do trio eletríco e faleceu aos 28 anos.

Imaginei a cena, pensei na família, vi que ela tinha a mesma idade que eu e provavelmente, muitos sonhos, desejos, alegrias, amigos....

Não conheci a banda, nem as músicas, nem mesmo sabia o nome dela... Mas fiquei sentido com o acidente...

jp

13.2.07

Muito Obrigado Felix!!!!

No texto da capa do cd de Caetano Veloso “Omaggio a Federico e Giulieta”, o cantor baiano fala que tanto ele quanto a irmã de Federico, Maddalena Fellini “deplorava que o casal tivesse morrido sem que um encontro pessoal ... tivesse sido concedido pelo acaso, o destino, deus, os deuses”.

“Feliximente” os deuses do Candomblé fizeram com que Anízio Carvalho, me convidasse para o seu aniversário e me apresentasse á Anísio Felix.

Meu primeiro encontro com essa maravilhosa figura, Felix, que nos deixou fisicamente no dia 27 de janeiro, foi repleto de brincadeiras.

Estava entre dois consagrados jornalistas do Jornal da Bahia, Anísio Felix e o Anízio Carvalho. Não sei nem se na época eu tinha noção de com quem eu estava, pois ambos são de uma extrema humildade para o currículo que possuem.

Lembro-me que quando cheguei à casa de Carvalho, ele me apresentou a Felix dizendo:

– Anísio, esse é um jovem estudante de jornalismo.
Felix me olhou com ar irônico e disse:
– Meus pêsames meu querido.
Não deu outra, cair na risada. E perguntei se ele não gostava de jornalismo, ele me respondeu com o mesmo ar irônico, que depois de 50 anos de profissão passou a gostar. Eu perguntei então se ele queria ter outra profissão, ele disse que não, que tinha nascido para ser jornalista.

Conversamos durante horas, onde tive o privilégio de ouvir muitas histórias do Jornal da Bahia. Inclusive o dia em que Carvalho e Felix foram cobrir a chegada de um disco-voador em um terreiro de uma seita aqui na Bahia. Como a espaço-nave não apareceu, os membros da seita disseram que a culpa foi da imprensa que estava no local, pois os “marcianos” tinham dito que não queriam a presença de jornalistas no local. Segundo Felix, Carvalho conseguiu fugir, mas ele acabou apanhando dos seguidores.

Outra história que ele contou, foi um de um gaiato que entrou no bloco dos filhos de Gandhy acompanhado de amigos e das suas respectivas mulheres. Um dos diretores pediu para que Felix explicasse ao cara que o bloco tradicionalmente, só sai homens e que se abrisse mão para um, abriria para todos. O cara disse que não sairia que ele era jornalista da rede Globo e que estava a serviço. Felix se aproximou, mandou-o enfiar o crachá naquele “orifício” e perguntou se ele queria uma manchete com o titulo “jornalista da Globo tenta quebrar tradição do maior Afoxé do Brasil”. “Natoramente”, eles saíram do bloco.

Felix também falou de coisas sérias que acontecem no jornalismo no Brasil, como a política editorial, que dita o que temos que escrever; as perseguições e ameaças aos jornalistas e a mania que os jornais e revista possuem de pedir textos por medidas. “Quero um texto com 10.000 toques, 5.630 toques”. O texto, segundo ele, tem que ter todas as idéias e pensamentos do jornalista,livre de medidas, pois "o que é medido são metros, fios, tubos, arroz, farinha, pão"...

Antes de ir embora, Felix me aconselhou a estudar sempre, (pois aos 69 anos ele se formou em direito), procurando ser o melhor, o melhor para mim e não para os outros. Saber de tudo o que acontece não só na minha terra, mas em todo mundo. Não esquecendo que o jornalista tem o dever defender a verdade.

Sinto em não ter encontrado para entrevista-lo no meu projeto experimental; Sinto em não tê-lo encontrado mais uma vez, nem que fosse por obra do acaso, sinto em não ter ido visitá-lo em sua casa no Rio, quando ele me convidou. Sinto por termos perdido um jornalista independente. Mas fico feliz, pois Felix existiu.

Fica com Deus meu Querido e até logo.

jp